Esta é nossa análise Broken Pieces, um game que promete – e parece – ser um survival horror clássico. Porém, na prática, a coisa é diferente. Menos Resident Evil e mais The Medium, o que ele oferece é um game de exploração e quebra-cabeças, cujo combate é tão ruim e forçado que sua opção de dificuldade é “diminuir a quantidade de combate”.
ANÁLISE BROKEN PIECES
Broken Pieces acontece em uma pequena cidade francesa. A cada manhã, nossa heroína vai explorar a cidade, resolvendo puzzles, destravando caminhos e descobrindo a história. Mas ela precisa voltar para casa e estar na caminha às oito da noite. Então administração de tempo é importante por aqui. Especialmente porque cada vez que você aciona uma tela de carregamento, um tempo pré-estabelecido passa.
Na verdade, esta mecânica de tempo não é tão invasiva quanto, por exemplo, Dead Rising. Na prática, ela serve para você ter incentivo em terminar o game rápido (em cinco dias ou menos). O mais incômodo que pode acontecer é ter que interromper uma investigação para voltar à casa, dormir e continuar no dia seguinte. O que é chato, mas não é o fim do mundo. O que é o fim do mundo são os quebra-cabeças.
THE END OF THE WORLD AS WE KNOW IT
A maioria dos quebra-cabeças de Broken Pieces é simplesmente muito chata. Há algumas mecânicas, como apertar Y para fazer chover, ou interagir com fontes para fazer nevar. Essas coisas modificam o cenário, e partes das fases só são acessíveis, ou só mostram os itens necessários, quando o clima estiver apropriado. Assim, é muito comum você ficar andando de um lado para o outro sem saber o que fazer, e eventualmente descobrir que só precisava mesmo ligar a neve. God of War Ragnarok, com suas mecânicas de noite e dia, tem algo assim, e também não é legal, mas aqui é bem pior.
De fato, quanto mais você avança no game, pior ele fica, pois mais ele combina suas mecânicas. O início, em especial, é promissor, mas logo fica complicado demais. Eventualmente, você vai passar por um puzzle elaborado, com muitas etapas difíceis, enfim ganhando acesso à sua recompensa. E daí isso acontece.
O pior é que seu inventário fica sempre ocupado por coisas que você não sabe para que serve. Algumas porcarias dizem ser úteis para fazer munição, mas o jogo não ensina a fazer munição. Outros, destacados com coração, parecem ser apenas piadinhas colecionáveis, mas o jogo não diz isso, e eu sempre ficava com medo de jogá-las fora para liberar espaço e precisar depois.
MUNIÇÃO INFINITA
O que nos leva ao combate. A protagonista tem munição infinita, mas pode usar uma limitada mais poderosa. Porém, o combate é praticamente uma versão em QTE do primeiro Resident Evil. A mira é automática, então basta ficar atirando rapidamente enquanto o fantasma se aproxima. Se ele chegar muito perto, aperte A para desviar de seu ataque, ou B para usar mana e repelí-lo. É isso.
É quase uma administração de recursos – vida e mana. Para recuperar as barras, é necessário voltar para casa e dormir, ou descansar por duas horas em um banco. Mas no final das contas, isso nada acrescenta ao game. Eu comecei jogando sua versão completa, mas depois de várias horas repetindo esses combates contra os mesmos inimigos, optei por diminuir a quantidade de tiroteios, o que melhorou muito o timing. Além disso, permitiu que focasse nos quebra-cabeças que, embora não sejam especialmente bons, é o miolo do jogo.
ANÁLISE BROKEN PIECES E SUAS PEÇAS QUEBRADAS
Quando comecei Broken Pieces, eu já sabia que não era um jogaço. Porém, assim como The Medium, esperava gostar dele. Ele faz coisas que de fato me agradam. A sensação de explorar uma cidade vazia e silenciosa, por exemplo, é uma delícia. Infelizmente, tudo que você faz aqui, além de simplesmente curtir a atmosfera da cidade, é um suplício. E daí não dá para recomendar.