Olha que curioso. Eu estava jogando A Fisherman’s Tale para o PS VR2 sob embargo. Ou seja, não podia falar publicamente dele. Mas a primeira coisa que ele tentou fazer quando abri o jogo foi me vender a continuação, Another Fisherman’s Tale. Claro, o jogo saiu em 2019 para várias plataformas de VR e a questão era o relançamento para PS5. Mesmo assim, foi algo engraçado.
A FISHERMAN’S TALE
Assim como Job Simulator ou, talvez mais apropriado, I Expect You to Die, A Fisherman’s Tale é um jogo sobre interagir e ocupar um espaço virtual. Ou seja, ele é bem primário, sendo bonitinho e divertido para quem usou pouco de VR. Para quem já tem mais perna na tecnologia, não sobra muita coisa. Além de irritação.
Isso porque, para avançar na campanha, você precisa resolver uma sequência de quebra-cabeças, e estes são basicamente saber com o que interagir e quando. Assim como I Expect You to Die (se liga, o link leva para outra matéria dessa vez), portanto, você fica meio a esmo, interagindo com tudo que dá, na esperança de avançar a história.
UMA IDEIA BACANA
O bacana em A Fisherman’s Tale é a ideia de um mundo dentro de um mundo. Você controla um marinheiro que tem um modelo do farol onde mora. A questão é que no modelo também mora um marinheirinho, e do lado de fora, um marinheirão. O momento que eu tirei o teto da maquete e o mesmo aconteceu com o teto do meu cenário, revelando um sósia gigante do meu personagem, foi sinceramente mágico, e eu exibi um grande sorriso.
Os puzzles em geral envolvem pegar algo pequeno e trazer para o seu mundo, ou então usar o senhor grandão para pegar/usar algo do seu mundo e jogar no teu – mantendo a escala. É uma ideia muito legal, mas o jogo simplesmente não é claro o suficiente.
Num dos puzzles, por exemplo, eu precisava passar um fósforo para o meu mini-me através de uma janelinha. Tentei isso imediatamente, e simplesmente não rolou. Então tentei outras opções, sem sucesso. Daí desisti e fui olhar um guia, e vi que minha ideia original era exatamente o que precisava fazer. Mas o jogo não “entendeu” que eu queria fazer aquilo, e daí não reconheceu a solução. Isso acontece com ENORME frequência na curta campanha. Para mim, o jogo durou umas duas horas, mas a maior parte do tempo eu fiquei a esmo testando um monte de coisa inútil. Sabendo o que deve ser feito, você encontra vídeos de guia com cerca de 30 minutos. É realmente uma experiência curta.
UM GIMMICK BONITINHO
Então A Fisherman’s Tale é um jogo bonitinho, com um gimmick bacana, mas cujo gameplay nunca se torna realmente especial. O lado bom é que é uma ideia que só funciona realmente em VR, então é o tipo de experiência que muita gente nunca teve. Mas se você tem um VR, provavelmente já brincou com muitos títulos assim. E aqui tem muito pouco para chamar sua atenção.