O cinema anda fraco em 2012. Um único gênero parece isento desse precipício no qual Hollywood tem se afundado cada vez mais e, veja só, é justamente um gênero no qual era difícil encontrar algo realmente bom: a comédia.
Amor a Toda Prova não é simplesmente uma comédia, no entanto, pois tem trechos bem sérios e bastante tristes. Em parte, lembra Closer – Perto Demais. Outros momentos são totalmente escrachados, como uma das últimas cenas que acaba dando a “altas confusões” um novo padrão de confusão. Mistura difícil, e que raramente é bem-sucedida. Felizmente, esse é um desses casos.
Temos aqui várias histórias de amor entrelaçadas, mas a principal delas é protagonizada por Steve Carell. Recém-divorciado e tentando colocar sua vida de volta nos trilhos, ele acaba conhecendo um playboy cafajeste interpretado por Ryan Gosling, que promete ajudá-lo a recuperar sua hombridade.
Poucas vezes um título foi tão apropriado para um longa quanto Crazy, Stupid, Love, que batiza esta obra na terra do tio Sam. Tão apropriado, aliás, que não dá para entender porque o trocaram por algo tão genérico quanto Amor a Toda Prova (genérico e repetido, diga-se de passagem, como você pode conferir na nossa seção de curiosidades ali embaixo).
Isso porque tudo que acontece aqui tem a ver com quão doido e burro é esse sentimento que chamamos de amor. Ainda assim, passamos todas as nossas vidas buscando por ele. Aliás, o final ultra-mega-scooby-doo-feliz é daqueles que vai criar pessoas incuravelmente românticas, como o protagonista de 500 Dias com Ela. Ou ao menos vai revigorar a fé dos mais desanimados no poder do amor.
Amor a Toda Prova é engraçado, é triste e é divertido. Mais importante, é muito melhor e mais criativo do que o insosso título nacional ou o insípido pôster dão a entender. Assista.
CURIOSIDADES:
– Já existe um outro filme chamado Amor a Toda Prova, que nem é tão antigo (é de 2002). E o título original, Unconditional Love, também não tem nada a ver.