Almas Reencarnadas

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Confissão: eu nunca tinha assistido a nenhum filme de terror japonês. Não foi por medo ou por falta de interesse, apenas não tive a oportunidade. Por outro lado, gostei muito do primeiro O Chamado, aquele que iniciou a moda dos remakes estadunidenses. Infelizmente, depois desse, só veio porcaria.

Justamente por causa disso, quando chegou o convite para essa seção de imprensa, já saí rosnando para todos os delfianos, exclamando coisas como “é minha” e “ninguém tasca”, para desespero do Rezek que adora o gênero. Mordidas aconteceram, delfonauta, mas é melhor parar com essa enrolação por aqui e começar a falar do filme.

Aqui temos a historinha de uma atriz que é escalada para ser a protagonista de um filme de terror (metalinguagem chuta traseiros!). Acontece que o bagulho é baseado em uma história real, onde um psicopata matou 11 pessoas em um hotel e depois se suicidou. Ah, sim, e os atores vão ser obrigados a conhecer o hotel onde isso aconteceu para sentir a atmosfera do lugar. Como se essa situação já não fosse suficientemente assustadora, a guria começa a ver pessoas mortas. E chega de contar mais. Aliás, para falar a verdade, o próprio título tupiniquim já entrega bem mais sobre a história do que você deveria querer saber antes de assistir. E isso, infelizmente, está se tornando cada vez mais comum.

A seu favor, Almas Reencarnadas não conta com nenhum daqueles sustos pentelhos onde a pessoa abre a porta de um armário e um gato pula de dentro. E, principalmente, por ter a coragem de matar uma criança. On-screen, delfonauta! E em uma cena assaz violenta. Só aquela cena já vale o filme, falando sério.

Do lado contra, temos a narrativa deveras lenta e um desfecho um tanto confuso, bem como atrizes muito parecidas. Admito, eu só percebi que duas das garotas não eram a mesma pessoa quando uma delas morreu e a outra continuou viva. É incrível como elas são parecidas (a única diferença é o penteado). Ambas são lindas e nenhum ser em sã consciência dispensaria um ménage com as duas, mas que são parecidas são.

No final das contas, achei um terror bem genérico. Não me deu medo, mas a história e, principalmente, o final são interessantes. Recomendado apenas para os fãs do J-Horror.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
almas-reencarnadasPaís: Japão<br> Ano: 2005<br> Gênero: Terror<br>