Um agente secreto atrapalhado se mete em mil e uma confusões enquanto salva o mundo. Você já ouviu essa sinopse antes, certo? Afinal, agentes secretos atrapalhados estão entre os personagens mais utilizados do cinema. Contudo, o Agente 86 é especial. Para começar, ele talvez tenha surgido na TV antes de isso se tornar um subgênero. Depois, ele foi criado por um dos tremendões máximos da comédia, o Mel Brooks.
Infelizmente, como a maior parte das coisas que saem da telinha rumo à telona, a adaptação perdeu muito pelo simples fato de que nos EUA só é permitido lançar um filme se ele estiver plenamente encaixado em um dos cinco roteiros-maker que já existem.
Assim, tome clichezadas como o fato de o protagonista ser preso como um traidor em algum momento e o fato de um outro agente realmente ser o traidor (aliás, esse foi tão óbvio que eu matei na primeira vez que o personagem apareceu).
Para ser sincero, o filme até começa bem. Tem um monte de piadas legais e é bem divertido. Porém, quando ligam o modo clichê, lá pela meia hora final, a coisa desanda de forma tão absurda que dá até vontade de pedir o dinheiro de volta, mesmo que você não tenha pagado nada. Manja o filme dos Simpsons? É quase a mesma coisa.
Para piorar, mostraram depois do longa o piloto da série de TV. E eu ri mais nestes 20 minutos do que nos 90 do filme. Sem falar que muitas das piadas foram requentadas para a telona, só que todas elas, sem exceção, estão piores que a original. Compare, por exemplo, o cone do silêncio da série com o do filme e veja se não tenho razão.
No final das contas, vale a pena assistir. É sem dúvida divertido. Mas poderia ser tão mais legal se a meia hora final já não tivesse sido mais reprisada em outros filmes do que o episódio dos Lapidários dos Simpsons na Fox.
Curiosidades:
– Bill Murray faz uma ponta como uma árvore (!).
– O personagem de Masi Oka, de Heroes, como sempre, rouba todas as cenas que aparece. Só que é basicamente o mesmo nerd de sempre (e que o cara também já fez em Scrubs).
– Existe coisa mais linda do que a Anne Hathaway? Como diria o Warrant, ela é tão linda que tira lágrimas dos olhos. E não é uma beleza sexual, é algo quase artístico, que parece ter sido esculpido pelas mãos de Deus.
– Talvez a única mulher mais linda que a Anne (e seguindo o mesmo critério de beleza não sexual) seja a sidekick do protagonista na série Eli Stone. Se você ainda não assistiu, dê um jeito de ver só para admirar a moçoila (passa na Sony). Essa é tão linda que chega a doer nos olhos. Dizem que se você a encarar por mais de cinco segundos, pode ficar cego, pois os olhos humanos não estão acostumados a tal grau de beleza.