A essa altura o delfonauta já sabe muito bem da minha ojeriza a musicais. Por isso, acho que nem preciso dizer que não assisti ao primeiro A Escolha Perfeita e nem faço questão. E que só vi essa continuação por puro dever jornalístico para com você que acompanha fielmente o DELFOS. De nada.
Ao menos isso aqui se encaixa mais como um filme com a música como tema do que como um musical em si, visto que ninguém começa a cantar e dançar do nada, sem motivo nenhum. Trata-se da história de um grupo a cappella feminino, como quem assistiu a seu antecessor deve saber muito bem.
Desta vez, as Barden Bellas protagonizam um escândalo ao melhor estilo “Janet Jackson no Superbowl” e, para recuperar sua honra e o direito de continuar se apresentando, precisam vencer uma competição mundial de grupos de canto. Enquanto isso, Beca (Anna Kendrick), a líder do grupo, arranja um estágio num estúdio de gravação, o que a obriga a dividir suas atenções e talvez não se dedicar tanto assim às suas amigas cantantes.
A boa notícia é que esse negócio é melhor do que eu esperava. É engraçado, as relações entre as meninas e os outros grupos são divertidas, e tem várias falas capazes de arrancar uma risadinha ou pelo menos um sorriso. Então funciona como comédia.
A outra boa notícia é que eu achava que, por ser um produto destinado ao público jovem, só teria músicas pop mais novas, totalmente desconhecidas para o velho rabugento que o escreve. Nada disso, há canções de épocas e estilos distintos, o que tornou tudo mais agradável. A parte da festa com o duelo musical entre os grupos é particularmente divertida. E em outro momento rola até uma versão a cappella de Uprising, do Muse. Essa aqui:
Claro, o roteiro é bem esquemático e facilmente adivinhável, seguindo a típica linha da trama de redenção. Mas creio que aqui, o que importa mesmo é a cantoria e os números musicais, e esses são bem produzidos e coreografados, o que acaba relevando a falta de criatividade da história.
A Escolha Perfeita 2 definitivamente não é um filme para mim, e sendo bem franco, para ninguém com mais de 20 anos, ainda que, como já disse, eu tenha até me divertido. Contudo, para a geração que adora Glee, é um prato cheio, e se você está nessa categoria, pode garantir seu ingresso que você vai gostar.
E não deixe de ler também a resenha do Corrales para o primeiro filme.