Leia também:
– A Era do Gelo 2: Food! Glorious food!
– Entrevista coletiva com Carlos Saldanha, diretor de A Era do Gelo 2: O lançamento do DVD foi mero pretexto para uma aula sobre animação.
O primeiro A Era do Gelo saiu nos nossos cinemas alguns meses depois do fenomenal Monstros S.A.. Lembro que, na época, muita gente me dizia que ele era ainda mais engraçado do que o clássico da Pixar. Porém, admito que nunca vi tanta graça assim na série pré-histórica.
Foi com essa mentalidade que fui a esta cabine, esperando ver um filminho engraçadinho, porém genérico. Rapaz, como eu estava enganado! Embora A Era do Gelo 3 realmente comece um tanto devagar, quando ele engrena, engrena bem engrenado. Pouco depois, estava não só rindo pra caramba, como também me divertindo como raramente acontece em desenhos hollywoodianos.
Nesta terceira parte, os mamutes Manny e Ellie vão ter um nenê, o que deixa Sid enciumado. Logo, a preguiça espoleta vai arranjar uns ovinhos para cuidar como se fossem seus próprios filhos. Ele só não esperava que fossem ovos de Tiranossauro e que a mãe deles fosse querê-los de volta. Assim, Sid acaba raptado pela dinossaura e cabe a seus velhos amigos encarar muitos perigos para salvá-lo. Paralelamente, o esquilinho Scrat continua sua incessante busca pela noz mais fujona da história, mas agora ele tem uma rival. Ou melhor, uma rivalete. Ah, e tudo isso acontece em um mundo perdido no centro da Terra.
Pois é, amigão, você leu certo. A Era do Gelo 3 presta uma bem-vinda homenagem a Júlio Verne, possivelmente o criador do gênero pipoca que tanto gostamos. E isso muda completamente todo o clima da história, pois deixa de ser uma historinha clichê cheia de lições de amizade e partezinhas tristes para ser uma aventura deveras divertidona e assaz engraçada. E o melhor: sem partes tristes nem lição de amizade! ^^
O clima deste desenho é exatamente aquele dos filmes baseados nas obras de Júlio Verne, como Volta ao Mundo em 80 Dias e Viagem ao Centro da Terra. Ou seja, uma aventura emocionante, fanfarrona e non-stop, bem do jeito que eu gosto.
A cereja no bolo é o novo personagem: Buck, uma doninha meio doida que vive repetindo vários clichês de filmes de ação e de guerra, mais ou menos como os pinguins de Madagascar. Sem exagero, Buck deve ser o personagem mais doido e nonsense a habitar um desenho animado desde o Patolino. E convenhamos, isso não é pouca coisa!
Os filmes anteriores brilhavam sempre nas cenas do esquilinho Scrat. Aqui ele continua tão engraçado quanto sempre foi, mas a presença de Buck faz com que o filme não pareça tão desnivelado, pois quando um não está na tela, o outro está – e ambos protagonizam as melhores piadas.
Termino comentando o visual, que sempre foi excelente. Porém, os avanços tecnológicos permitiram que os personagens ficassem ainda mais bonitinhos aqui, com um nível de fofura capaz de rivalizar até mesmo com o filme mais fofo da história. Repare nos pêlos dos mamutes, por exemplo. Duvido você não ficar com vontade de abraçá-los.
No final das contas, A Era do Gelo 3 me surpreendeu bastante. Não só é o melhor da série, como é um excelente e divertidíssimo filme por si só, com potencial para entrar na lista de melhores do ano de qualquer fã de uma aventura bem-humorada. Imperdível.