Cabe começar esta análise Wonder Boy Asha in Monster World explicando o que ele é. Trata-se de um remake de Monster World IV, originalmente lançado para Mega Drive em 1994. A questão é que o jogo saiu apenas no Japão, e só foi lançado no ocidente em 2012, em inglês, para Wii, Xbox 360 e PS3. Monster World IV é um jogo que depende bastante dos textos para saber o que fazer, o que tornava impossível para um fã de Mega Drive não versado em inglês jogá-lo sem guias.

A série vem ganhando uma nova tração nos últimos anos. Já tivemos um remake de The Dragon’s Trap e até um novo jogo, Monster Boy and the Cursed Kingdom. Assim, é muito legal ver que esse novo remake escolheu uma obra anteriormente inacessível para boa parte do mundo.

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Por favor, entre e me acompanhe nesta análise!

ANÁLISE WONDER BOY ASHA IN MONSTER WORLD

Eu abri Asha in Monster World porque queria ver a carinha dele, antes de começar a jogar Biomutant (sim, aguarde análise deste também por aqui). Porém, me apaixonei por ele imediatamente. Os personagens são extremamente carismáticos, e as cores brilhantes são deveras agradáveis. Acabei adiando minha campanha com Biomutant porque fiquei com muita vontade de jogar esse. Olha só que lindinho!

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Olha esse verde, meu amigo!

Para quem nunca jogou a série clássica no Master System e Mega Drive, Wonder Boy é um metroidvania antes de o gênero receber esse nome. No caso específico desse, é um jogo de ação e plataforma, com upgrades de equipamentos e uma cidade hub que você visita entre cada fase/dungeon. Os dungeons são bem naquela linha Zelda. Envolvem muito vai e vem, chaves, portas trancadas e puzzles.

ANÁLISE WONDER BOY ASHA IN MONSTER WORLD: REMAKE DE MONSTER WORLD IV

Wonder Boy Asha In Monster World é bem fiel ao jogo de Mega Drive. Ele tem um tremendo tapa visual, com gráficos lindíssimos em 2.5D que incluem movimentação entre planos. Porém, o trabalho criativo se manteve bem semelhante. As músicas, por exemplo, agora são orquestradas, mas são as mesmas composições que originalmente eram chiptunes. Tem até um cheat que permite jogar com as versões originais, mas não tem jeito de fazer a mesma coisa com os gráficos.

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De resto, o level design, equipamentos, puzzles, inimigos e chefes são idênticos. Chegou ao ponto de eu acabar usando vídeos do jogo original para me guiar nos poucos momentos em que não sabia o que fazer.

Por um lado, Monster World IV era um jogo à frente do seu tempo. Ele era surpreendentemente complexo e longo para um título de Mega Drive (tinha até saves), e seu foco na exploração e em equipamento fazem com que ele ainda tenha cara de moderno, apesar de ter levado apenas um tapa audiovisual.

E A OPORTUNIDADE?

Dito isso, é uma pena que não tenham aproveitado a oportunidade de aparar algumas arestas. Por exemplo, no único dungeon em que há um mapa, você precisa abrir o menu, escolher usar o mapa e ainda confirmar sua escolha. Poderia ter um atalho no controle para abrir imediatamente, por exemplo.

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Você tem certeza de que deseja olhar o mapa? Tem certeza MESMO?

No mesmo dungeon, é necessário você jogar com um papel ao lado, pois as portas abrem com sequências no direcional que são encontradas em outro ponto da fase. É outra coisa que podia ser gravada no inventário e consultada quando necessário.

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Cada porta precisa de um código diferente, e tem várias portas no dungeon. Ou seja, papel e caneta são essenciais.

O que mais me incomodou, no entanto, foi um quiz – curiosamente no mesmo dungeon. Nesse, você precisa acertar uma pá de perguntas sem errar nenhuma. O problema é que o texto está muito mal escrito, incluindo negativas duplas e erros de digitação. Não chega ao ponto de “all your base are belong to us” como era comum nos anos 80, mas é bem inadmissível para um lançamento de 2021.

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Eu não tinha salvado o Espírito do Sol nesse ponto do jogo. Agora, do jeito que a pergunta foi escrita, a resposta é sim ou não?

E, claro, tem alguns problemas de balanceamento. Em especial, itens que são caros demais. Na imagem abaixo, por exemplo, você vê um bracelete que custa 24.500, mas é quase impossível você ter essa grana toda nesse ponto do jogo. Volte depois, certo? Pois, na próxima visita, quando sua carteira estiver cheia, o vendedor não estará mais na cidade.

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KD WONDER BOY?

São coisas simples, que poderiam ser mexidas nesse remake e tornado a experiência toda mais aprazível. Dito isso, é realmente incrível como um jogo lançado em 1994 ainda se mantém moderno. Para um metroidvania, ele é bem lite. Por exemplo, não há muito incentivo para revisitar fases anteriores, embora isso seja possível. Mas isso também o torna mais focado e com menos gordura do que, por exemplo, um Zelda.

Eu não joguei o remake do Dragon’s Trap, nem os Wonder Boys originais nos videogames antigos. Minha experiência com a série na época tinha sido com Mônica no Castelo do Dragão, adaptação visual que a Tec Toy fez para colocar os personagens do Mauricio de Sousa no jogo Wonder Boy in Monster Land. Mas mesmo em português era um jogo muito complexo para minha cabecinha de criança.

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Hoje, já muito mais velho, talvez até velho demais, eu consigo valorizar esses jogos e ver toda a qualidade e inovação presentes neles. E fazer isso com uma versão refeita, com um visual impressionante e músicas orquestradas, é ainda melhor.

TEM BRINDE? TEM SIM, MAS SÓ NA VERSÃO FÍSICA!

A versão física de Wonder Boy Asha in Monster World vem com um port do jogo de Mega Drive de brinde. Segundo a assessoria de imprensa, a única forma de conseguir esse port é com a versão física. A cópia digital não a inclui, e ela não será vendida separadamente.

 

Revisado por Yohan Barczyszyn