Eu admito que não estava muito animado para assistir a Tom & Jerry: O Filme. Quando infante, eu já não curtia muito o desenho. A animação era basicamente o Tom sendo torturado pelo Jerry. Ao contrário do nosso presidente, eu nunca fui a favor de torturas. Ainda mais de bichinhos fofos. Para completar minha falta de empolgação, todos sabemos que dificilmente a adaptação de cinema é melhor do que o original. Quer saber o que eu achei? Ora pois, continue lendo a minha crítica Tom & Jerry: O Filme.
CRÍTICA TOM & JERRY: O FILME
No mundo de Tom & Jerry: O Filme, embora os humanos e cenários sejam em live action, todos os bichinhos são em animação. Até mesmo os ossos de um dinossauro em um museu são desenhados. E se tem algo que eu adoro ver, desde que, na mais tenra infância, assisti a Uma Cilada Para Roger Rabbit, é a mistura de filme com animação.
E preciso comentar: a animação neste longa é fantástica. Tudo que é desenhado está absurdamente lindo, os bichinhos são carismáticos e se movimentam de forma extremamente graciosa. Ajuda bastante o fato de que Tom, Jerry e Spike, além de outros personagens da TV, têm designs fiéis, porém com iluminação, cores e qualidade geral de uma produção cinematográfica. A coisa é realmente linda de se ver.
TOM VS. JERRY
A história, como esperado, amalgama os núcleos humanos e animados do filme em uma única aventura. Jerry, logo no início, se mostra um canalha, quebrando o teclado de Tom quando este só queria fazer um som. A partir daí, começa o gato e rato – literalmente. Tom passa a caçar Jerry e, graças à esperteza malandra do ratinho, se dá constantemente mal. Tadinho do Tom. E olha que eu gosto mais de cachorros.
Por falar em cachorros, Spike também faz parte da história. Ele aparece pouco, mas sempre em situações semelhantes. Embora ele seja um antagonista do Tom no filme também, eu senti que aqui ele não parece tão mal e vilanesco quanto nos desenhos. Aqui ele até tem carisma e aquela fofura típica dos cachorros.
O núcleo humano envolve a Chloë Grace Moretz, que dá um golpe para conseguir um emprego em um chique hotel de Nova Iorque. Exatamente, veja só, o hotel em que Jerry resolveu se instalar de bicão. Ela acaba “contratando” Tom para pegar o ratinho, na expectativa de tirar o bichinho dali com a menor confusão possível. Pois é, big mistake.
TOM E JERRY
Nos desenhos, eu sempre gostei mais daqueles episódios em que, sabe-se lá por quê, Tom & Jerry eram amigos. Para minha surpresa, o filme arranja um espaço para homenagear também esse aspecto da série original. E, claro, acaba sendo a melhor parte do filme. Em especial uma perseguição pelas ruas de Nova Iorque que deve ter dado bastante trabalho para ser feita.
Tom & Jerry: O Filme não segue aquela linha de “um longo episódio do desenho”. Até porque, no desenho, as histórias eram totalmente focadas nos animais. Aqui tem muitos seres humanos, até demais eu diria. Embora o tradicional embate entre o gato e o rato seja bem parecido ao que conhecemos da TV, o visual e a animação são tão bonitos que acabam se destacando mesmo assim.
Por outro lado, ele também não é especialmente diferente de outras adaptações de desenho que misturam live action com animação. É um filminho de criança que não se destaca positivamente em meio a produções muito superiores. E, especialmente para quem, como eu, não tem um grande apreço pelo desenho original, fica sem grandes atrativos. Porém, ele é até bem fiel, sendo uma interpretação de como seria uma produção clássica da Hanna Barbera com mais seres humanos aparecendo.