Star Wars Squadrons é um daqueles jogos que atiçavam minha curiosidade, mas que eu provavelmente não compraria sem jogar antes. Nem sempre eu gosto de jogos de combate entre naves e, além disso, o foco aqui era claramente em batalhas competitivas online. E, você sabe, isso não me interessa nem um pouco. Pois se você é como eu, cá estou para falar um pouco sobre o modo single-player. E, meu amigo, a campanha de Star Wars Squadrons é surpreendente.
STAR FOX E TRILHOS
Eu gosto muito de jogos de navinha. Porém, o estilo que eu gosto é bem específico. Adoro Star Fox (de SNES e Nintendo 64), After Burner, Silpheed e, falando de Star Wars, o próprio Rebel Assault. Outro jogo nessa linha, para linkar uma matéria delfiana, é Panzer Dragoon. Se você conhece esses jogos, deve ter percebido que eles são um subgênero bem específico, e que está praticamente extinto hoje em dia. São jogos de ação em 3D, mas que seguram o jogador em trilhos. Basicamente, você precisa sobreviver até chegar ao final da fase.
Ainda há muitos jogos em 3D de combate entre naves e aviões, mas eles são bem diferentes. Não são focados em chegar ao final de uma fase, mas em perseguir e caçar seus inimigos. Assim, você faz loopings, manobras e voa livremente para cumprir seus objetivos. Esse gênero, claro, também tem seu valor, mas eu gosto mais do estilo Star Fox.
STAR WARS SQUADRONS
Star Wars Squadrons segue essa linha moderna. Porém, ele é também um jogo extremamente focado na história. Em muitas de suas fases, você simplesmente segue outro personagem enquanto rola uma conversa. Não acho que este é o primeiro jogo do gênero a fazer isso, nem mesmo um dos primeiros. Porém, este desenvolvimento na história, na atmosfera, e na campanha single player como um todo definitivamente não é o que eu esperava.
O que eu esperava? Um daqueles jogos tão focados no competitivo que a campanha seria parca e serviria basicamente como um tutorial para jogar com outras pessoas. E fiquei positivamente surpreso por esse não ser o caso. O multiplayer ainda tem destaque no menu inicial, e o jogo traz um monte de customização cosmética para quem quiser investir nesse caminho. Mas fico bem feliz em dizer que, se você também for um cara de campanha, Star Wars Squadrons não só não decepciona, como vale ser comprado mesmo que você não tenha interesse no multiplayer.
A CAMPANHA DE STAR WARS SQUADRONS
A campanha é relativamente longa, com 14 missões e dois prólogos. Você pode esperar passar cerca de 10 horas nela. O jogo é totalmente em primeira pessoa, o que me causou algum estranhamento. Isso porque mesmo nos tiroteios, você só enxerga o cockpit da nave. E todas as informações que você precisa saber, como munição e escudos, estão fisicamente no cockpit. Isso significa que, toda vez que você troca de nave, o hud fica diferente. Além disso, boa parte delas, especialmente as do Império, têm visão externa bem limitada.
Durante a história, você vai alternar o controle de um piloto do Império e um da Nova República, o que leva a alguns momentos narrativos interessantes. Por exemplo, você pode seguir um plano genial de um dos lados e, logo em seguida, virar a casaca e ver que era tudo uma armadilha do outro.
Os personagens são bem interessantes, e você pode passar algum tempo com eles antes de cada missão. Nesses trechos, você navega pela base (olhando e clicando, nada de gameplay propriamente dito) e conversa com seus aliados e amigos.
Também é possível escolher as naves e customizar os armamentos. O curioso é que toda essa parte pré-missão, é o tipo de coisa que eu costumo considerar enrolação. Algo que me impede de chegar logo ao cerne do jogo. Mas nesse caso, eu realmente gostei. Ambos os lados do combate têm personagens bem desenvolvidos e que são um prazer de conhecer.
PEW PEW!
A ação é menos marcante. Basicamente, é um jogo de nave 3D moderno com um tempero Star Wars. O gameplay não se destaca em nenhum aspecto mas, afinal de contas, a graça é justamente o tempero. Fazia um bom tempo que não tínhamos um jogo de naves baseado no universo de George Lucas.
As missões funcionam muito bem quando colocam caças contra caças. A coisa é menos empolgante quando tenta ser mais épica. Boa parte da história coloca seus soldados contra grandes naves, como Star Destroyers. E essas batalhas se arrastam por mais tempo do que deveriam.
Além disso, você é muito frágil, especialmente em comparação com essas big fuckin’ ships. Uma aproximação para atacar seguida de fuga costuma, na dificuldade padrão, deixar você quase sem vida. Em geral, você tem capacidade de se curar, mas essas habilidades têm cooldown. Isso causava o indesejável efeito de atacar, se afastar, e ficar de longe, esperando o cooldown passar para poder se curar e atacar novamente. Repetir isso ao longo de 15, 20 minutos fica, sinceramente, um tanto entediante. Talvez em dificuldades mais baixas o timing da coisa toda fique mais dinâmico.
Eu também encontrei alguns problemas técnicos graves. Em algumas dessas batalhas, você pode retornar à base para se curar e trocar naves/equipamentos. Porém, fazer isso fazia com que a tela ficasse totalmente preta, apenas com os objetivos marcados. Isso tornava essa ação vital, necessária para uma luta de resistência, inútil, pois exigia retornar ao checkpoint e começar tudo de novo.
ESQUADRÕES DE GUERRA NAS ESTRELAS
Assim, não é perfeito, mas a campanha de Star Wars Squadrons acabou servindo como algumas tardes de diversão. Se você é fã de Star Wars, e sente falta de controlar uma X-Wing ou um Tie Fighter, vale a pena ir atrás dessa campanha!
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