O protagonista faz parte de uma gangue. Quando a gangue tenta matá-lo, ele jura vingança e viaja pelo mundo tirando a vida de cada um de seus antigos companheiros, com o objetivo de chegar ao líder. É Kill Bill? Olha, poderia ser. A história é a mesma, a trilha sonora é parecida. Caramba, até a violência estilo Looney Tunes aparece nos dois. Mas hoje não estamos falando de um filme clássico do Tarantino, mas do novo jogo da Paper Cult, Bloodroots.
BLOODROOTS
O protagonista é o Lobo Branco. O grande vilão é o Lobo Preto. E os tenentes da gangue representam outros animais, como um javali ou um bisão. Cada tenente é um ato da história. Cada ato se divide em capítulos e, cada capítulo, por fim, vem com várias telas.
O gameplay é bem familiar para quem já jogou Hotline Miami ou outros dessa leva. Basicamente, seu objetivo é matar todo mundo para poder avançar. No final de cada ato, um dos tenentes serve como chefe, mas demora bastante para chegar até lá.
Ele segue a linha de Dead Rising, na ideia de que tudo pode ser usado como arma. O legal é que aqui tudo que você pega realmente é uma arma viável, ao contrário do jogo da Capcom.
Você pode usar coisas como espadas, machados e armas de fogo, mas itens menos óbvios podem ser até mais legais. Já pensou em pegar uma escada e girá-la rapidamente sobre sua cabeça? Pois é!
MATA, MATA, MORRE
A maioria dos inimigos morre com um único ataque. E você também. Mas conforme você avança, a coisa vai complicando. Alguns podem só tomar dano com armas de fogo, por exemplo, enquanto outros só com ataque corpo a corpo. O gameplay é bastante simples, mas tem uma profundidade considerável.
Bloodroots é MUITO difícil. Qualquer erro causa sua morte, e daí você volta ao início da tela. Para apaziguar a frustração, o jogo traz duas opções de acessibilidade, mas nenhuma delas é o ideal. Dá para matar todos os inimigos automaticamente ou ficar invencível. Ou seja, ambas as opções permitem simplesmente pular a fase, sem nenhum meio termo. A exceção são algumas áreas de plataforma. Essas, não dá para evitar.
Seria legal, por exemplo, ter três vidas para cada fase, ou a possibilidade de criar seus próprios checkpoints, estilo Ori and the Blind Forest. Como o jogo usa apenas três botões, daria para implementar um sistema de quick save e quick load nos botões R e L numa boa, e deixaria tudo mais divertido.
Isso porque o fato é o seguinte: o jogo é divertido. Mas essa diversão tem prazo de validade, uma vez que não dá para manter o bom humor depois de tentar a mesma tela 80 vezes. Da mesma forma, simplesmente pular as fases não é jogar. Ninguém compra um jogo para pular partes da campanha.
ROTINA
Minha rotina com ele se resumia ao seguinte: eu pegava para jogar e me divertia. Minha diversão ia diminuindo a cada vez que morria. Às vezes eu passava na raça, às vezes eu desistia e pulava a fase. Depois que essa rotina se instaura, acaba dando vontade de jogar outra coisa, por mais que Bloodroots seja estiloso pra caramba.
Eventualmente, eu desisti de vez, liguei a invencibilidade e joguei de uma vez até o fim. Curiosamente, tirando o estresse de morrer e perder tempo, isso possibilitou que eu me divertisse mais do que jogando normalmente. Mas convenhamos, seria melhor se o jogo simplesmente respeitasse meu tempo por design, não com cheats.
Sou o primeiro a admitir que esse tipo de jogo focado na repetição definitivamente não é para mim. Mas dentro do gênero Hotline Miami, Bloodroots é sem dúvida um dos mais bonitos e interessantes. Se a proposta lhe apetece, vale experimentar.