A Disney vem fazendo remakes em live-action de alguns de seus desenhos mais clássicos. Mas você já sabe disso, pois provavelmente já assistiu a A Bela e a Fera e a Mogli. E ainda este ano teremos O Rei Leão e Aladdin (meu desenho preferido da casa do Mickey). Ao contrário destes outros casos, Dumbo não se limita a simplesmente filmar o desenho. Mas vamos por partes.
CRÍTICA DUMBO
Aqui conhecemos o circo do irmãos Medici. O dono acabou de comprar uma elefanta grávida, e anunciou para todo mundo que em breve terá um mini-paquiderme na esperança de vender muitos ingressos.
O nenê nasce, e é uma fofura. E também tem uns orelhões que vou te contar.
Como você já sabe, os orelhões permitem que Dumbo voe. E isso promete ser a salvação do circo. Afinal, quem não pagaria para ver um elefante voar?
TIM BURTON
Apesar de ser uma refilmagem de um clássico da Disney, Dumbo, o filme, é bem típico do Tim Burton. Em outras palavras, é bonitinho mas ordinário.
A estética, como sempre, é apurada. O filme é lindo, cheio de belos planos e cenas de encher os olhos. A retumbante trilha de Danny Elfman consegue deixar o filme mágico ou triste dependendo da intenção do compositor.
Tirando o audiovisual, no entanto, a coisa decai muito. O filme começa bem, mas não tarda para se perder em um emaranhado de clichês. Desde a aparição do personagem de Michael Keaton, você consegue literalmente adivinhar tudo que vai acontecer.
Sem falar que este tipo de vilão, o empresário inescrupuloso que faz maldades simplesmente para ser mau, é algo extremamente batido e especialmente que não faz sentido em obras vindouras do país mais capitalista do mundo.
DIFERENTE DO DESENHO
Há diferenças consideráveis entre as duas histórias. Dumbo aqui não é amigo de um rato. E não há uma pena mágica que o faça voar: qualquer pena serve.
Mais importante: para fazer Dumbo voar antes, a história é totalmente alterada. Este se tornou o foco, e daí entra o tal empresário malvado que quer usar sua fortuna para escravizar o elefantinho.
Não que haja algo de errado em criticar o capitalismo, mas esta é literalmente a mesma história de Speed Racer. E Speed Racer já era batido em 2008. O problema é essa história ser um clichê cansado e saturado.
Há referências ao desenho original, como os elefantes rosas, mas elas vêm em contextos diferentes, e estão lá apenas para dizer que estão. Neste caso, até faz algum sentido, uma vez que não poderiam mostrar um bebê bêbado em um filme de criança atual, mas mudaram coisas demais.
O pior não é nem terem mudado a história, mas mudado para uma bem mais clichê e mais batido. É incrível dizer, mas o desenho de 1941 é mais criativo do que esta sua versão 2019. E, como tal, prefira assistir a ela.