Super Saurio Fly é um jogo bem simpático lançado pela Fraxel Games, no qual você controla um simpático pterodátilo com o objetivo de resgatar seus pimpolhos.
Trata-se de um plataforma 2D que me conquistou imediatamente com seu visual de desenho animado. Olha só que bonitinho.
A jogabilidade é simples, mas é também única. Sabe o pulo duplo, tão comum em games do gênero? Pois aqui você tem pulo infinito. Na prática, você voa, subindo um pouquinho mais cada vez que aperta o botão.
Isso traz possibilidades únicas, como passar voando por uma fase inteira ou mesmo encontrar segredos que, em outros jogos, não existiriam.
Além do voo, você tem dois ataques. Uma cabeçada curtinha e um ataque à distância que gasta munição. Isso pode ser cuspir fogo, água, etc. Você sabe, como os pterodátilos da vida real.
Logo que comecei a jogá-lo, ele me remeteu ao clássico esquecido Chuck Rock, não apenas pela temática pré-histórica, mas por causa da sensação de jogá-lo e do ataque curtinho.
SUPER SAURIO FLY
Infelizmente, ele se deixa envenenar pelos problemas comuns a jogos old-school. No caso, as vidas limitadas. Ele funciona como um jogo de 16-bit com continues infinitos. Perde uma vida, volta para o checkpoint. Perde todas as vidas e escolhe continuar, volta para o início da fase.
Outro problema que ele herda dos jogos antigos (Super Mario World me vem à cabeça), é que ele não salva suas vidas. Eu parei de jogar quando estava com 10 vidas no estoque e, quando voltei no dia seguinte, me vi com apenas as três tradicionais.
Pode não parecer um grande problema. Afinal, jogos como Mega Man usam este esquema há décadas. Só que ele se torna difícil logo nas primeiras fases, e tem mania de colocar chefes no final delas.
Isso deixa o timing bem desagradável. Você passa pela fase, chega ao chefe e depois de apenas três tentativas, é obrigado a voltar do início. Quem tem tempo para isso hoje em dia? Para piorar, é quase impossível vencer os chefes na cabeçada e a sua munição sempre acaba ao longo da luta. Eu passei um bom tempo tentando vencer uma cobra justamente por causa disso e, quando consegui, o jogo já tinha gastado suas boas-vindas.
Não que Super Saurio Fly seja especialmente longo. Ele tem cinco mundos, com quatro fases em cada um. A cobra em questão rola na metade do mundo dois, e a partir daí eu simplesmente não me divertia mais com ele. Seguisse a linha do Rayman Legends, voltando do último checkpoint sempre que morresse, provavelmente o jogo seria bem mais recomendável.
Tem muitas lições a serem aprendidas com os plataformas 2D do passado. A lição aqui é “não limite as vidas do jogador para respeitar o tempo dele”. E isso acaba arrastando um jogo que poderia ser muito legal para baixo.
