Em cinco anos de DELFOS, essa foi a primeira vez em que uma cabine foi marcada para uma emenda de feriado (segunda, 20 de abril). Bizarro, não? Pois então, eu pretendia viajar no feriadão, mas sabe quando tudo dá errado? Por causa disso, passei todo o final de semana sem fazer nada muito interessante e, assim, devo dizer que foi muito legal ter assistido a este filme exatamente nesta data.
Paul Rudd é um meliante que está para casar com Rashida Jones quando, subitamente, se dá conta de que não tem amigos. Amigos homens, manja? Daqueles para ficar arrotando o alfabeto e falando dos benefícios que um buga-buga bem dado traz para a saúde, sabe? Assim, ele decide começar uma verdadeira caçada por amigos e, depois de várias tentativas frustradas, encontra Jason Segel, um simpático e amigável caboclo com quem ele se conecta de imediato. A partir daí, eles começam a estar sempre juntos, conversando sobre masturbação, mulheres e, claro, tocando faixa a faixa toda a discografia do Rush.
A história inteira é tipicamente uma comédia romântica, mas com uma diferença vital: conta a amizade de dois caras heterossexuais. Além de inédito, isso se reflete no humor do filme, tipicamente masculino e deveras engraçado! Acho que eu não ria tanto desde… putz, sei lá… Sério, mesmo que a história não te interesse, já vale ver só pelas piadas.
Sabe quando eu falei, na resenha de Crepúsculo, que era um filme feito por e para mulheres? Pois esse é o exato oposto. É algo que só será plenamente aproveitado por homens (embora nada impeça que as garotas também se divirtam), já que nossa amizade é completamente diferente da delas. E o fato de terem se aproveitado de um gênero tipicamente feminino – a comédia romântica – para contar essa história deixa tudo ainda mais criativo, divertido e, por que não, subversivo, até. Tenho certeza que vai ter um monte de caboclo imaturo chamando os dois de mariquinhas o filme todo, especialmente na cena em que eles falam a frase do título. Ignore-os. Como o próprio pôster deixa claro, com a frase “você é macho o suficiente para dizer isso?”, esse povinho é inseguro demais para fazer parte do público-alvo deste longa. Afinal, é necessária certa maturidade e segurança sexual para ver a beleza em uma amizade entre dois manos.
SPOILER LEVE: Justamente por ser uma típica, embora subversiva, comédia romântica, eu fiquei o tempo todo esperando por aquele momento em que o filme se joga no lixo fazendo os dois brigarem. Sim, isso acontece, ao mesmo tempo em que toda a vida do protagonista vai pro beleléu, como sempre, mas sabe de uma coisa? Até que eles fizeram o clichê de uma forma que, embora desnecessário, não chegou a estragar tudo tanto quanto esperava. FIM DO SPOILER
Com um quê de Kevin Smith e Judd Apatow (embora com a nerdice mais maneirada), Eu Te Amo, Cara é um filminho leve e divertido, que faz extremamente bem tudo que se propõe a fazer. Normalmente, eu recomendaria que você fosse assistir com a patroa, antes da pizza, mas dada a ideia do longa, por que não levar o seu melhor amigo? Sabe, aquele que você sempre quis dizer que ama (ou, em português, que “considera pra cara*$o), mas nunca foi macho o suficiente para isso? =]
Curiosidades:
– O elenco de apoio deste filme é um dos mais legais dos últimos tempos, contando com uma galerinha do Saturday Night Live, o Jameson, Jon Favreau (que, como sempre, rouba todas as cenas em que aparece) e até Jane Curtin, a Mary Albright de Third Rock From The Sun, que eu não via desde que a série dos ETs acabou.
– Rashida Jones, a noiva do Paul Rudd, é tão cuti-cuti que eu queria colocar ela no colo e fazer cafuné. Tem alguma coisa muito mágica na combinação “franja + sardas”. Hollywood deveria ter mais atrizes com sardinhas, você não acha?
– Eu fiquei tão feliz em ver o vocativo corretamente aplicado tanto no título original em inglês quanto no nacional. Tudo bem que só eu fico feliz com essas coisas, mas ainda assim… ^^
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