Não é lá muito comum termos filmes espanhóis estreando por aqui. Tirando os lançamentos do Almodóvar, o único que me lembro de ter resenhado é aquele filme de zumbis que se tornaria um dos preferidos dos delfianos e delfonautas. É claro que estou falando de [REC].
No Fim do Túnel, veja só, é uma produção espanhola que chega ao país pelas mãos da fnordiana Warner Fnord!, e não pelas distribuidoras independentes que costumam lançar filmes europeus no nosso ensolarado país.
Isso pode dar a entender que No Fim do Túnel é um filme mais hollywoodiano, que pode estar sendo lançado ao redor do mundo para medir o potencial de um remake estadunidense. E, se você pensou isso… bem, você está certo. O que temos aqui é um ótimo suspense com a maior cara de Hollywood.
Aqui conhecemos Joaquin (Leonardo Sbaraglia), um cadeirante que tem todo um andar da sua casa que não está aproveitando. Ele resolve, então, alugar o espaço para a suculenta Berta (Clara Lago), uma dançarina que traz a tiracolo uma garotinha que não fala nada.
Poucos dias depois, Joaca percebe barulhos do outro lado de suas paredes. Não demora para ele descobrir que se trata de uma quadrilha de bandidos que está fazendo um túnel para roubar um banco. O que fazer? Chamar a polícia? Entrar em pânico? Correr em círculos pelado? Seja o que foi que você respondeu, não é isso que nosso herói faz, até porque, por ser paralítico, ele não consegue correr pelado. Deve ser triste passar uma vida sem poder correr pelado ou sem fazer a dança do jumento.
Obviamente, não vou entrar em detalhes, mas admito que a atitude do Joaquin para com o roubo me impressionou. Curioso, até porque se ele simplesmente tivesse chamado a polícia, o filme acabaria no primeiro ato, então é óbvio que a coisa ia se desenvolver de outra forma. Ainda assim, me pegou de surpresa.
O clímax do filme, quando rola o roubo propriamente dito e mostra as consequências dele, é tenso, emocionante e longo. Tão longo que, quando eu achei que a projeção estava acabando, ainda tinha toda uma parte esperando para acontecer. É justamente neste clímax que o filme mostra a que veio, tendo angariado pelo menos meio Alfredo extra só pela tensão de seu terceiro ato.
O idioma espanhol é muito engraçado para nós, brasileiros, especialmente os xingamentos e palavrões. No entanto, quando o bicho pega em No Fim do Túnel, você acaba se envolvendo tanto que até para de rir de frases como “tienes cara de culo”. E este é o maior elogio que eu poderia fazer a um filme espanhol, o que significa que ele leva a bandeirinha de recomendação delfiana.
CURIOSIDADES:
– Neste filme eu percebi que os espanhóis também se referem a moças como “minas”. Curioso, não? Isso vai mudar totalmente meus xavecos da próxima vez que for à Espanha.