Colocar uma criança como protagonista de um filme é bem arriscado, pois podemos nos deparar com interpretações um tanto quanto duvidosas e vazias, mesmo quando se tratam de jovens talentos. Mas vai saber, né? Afinal, o mesmo vale também para os atores renomados e mais velhos!
The Boy é um filme estadunidense que, embora prometa uma boa história, deixa a desejar com seu enredo curtíssimo e lento, acompanhado de um longo histórico de coisas que já foram feitas milhares de vezes no cinemão hollywoodiano. O filme é bem simples, não traz nada além de muitos minutos em silêncio e muitos esquilos mortos (quem assistir entenderá).
O destaque é o ator principal! Sim, o garoto Jared Breeze conseguiu representar com fidelidade como funciona a cabeça de uma criança. Não que ele seja um exímio ator, longe disso, mas a forma como ele mostra que cabeça vazia é oficina do diabo é muito boa, e rende boas risadas, afinal quem nunca foi meio encapetado quando mais novo?
O garoto interpreta o personagem Ted Henley, que vive com o seu pai alcoólatra em um Motel que é da família, onde estão na luta para pagar as despesas do local, com muito custo. Sem um grande elenco ou momentos decisivos no filme, temos apenas três visitas ao Motel. São hospedes que definirão três atitudes distintas em Ted, as quais colaborarão para a conclusão da história.
O primeiro é um andarilho que despertará o fascínio pela morte. O segundo um casal com um filho que desencadeará o desejo por matar. Já o terceiro grupo causará raiva, que surgirá contra um grupo de formandos. Podemos também incluir o pai como fator decisivo para o intelecto psicótico de Ted, pois, ao estripar um cervo com o auxílio do papis, acaba por mostrar quão vazia e insignificante a vida é.
Com uma profunda mágoa do passado, Ted vive num conflito com o seu próprio local de moradia, pois foi onde sua mãe fugiu para a Flórida com um caminhoneiro que se hospedava em um dos quartos. Por causa disso, o garoto evita o tal quarto. O pai é o típico solteirão abandonado, bebum e vagabundo, que acaba por passar essa insegurança para o garoto.
O filme finaliza, como eu havia dito, seguindo o “american way of movies”. Lembra um tanto Carrie, A Estranha na conclusão da trama, mas nada que nos faça brilhar os olhos e dizer “mas que filmão!”. Para quem curte ver um filme bem parado e sem grandes acontecimentos, será um prato cheio!