The Walking Dead: Michonne

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Grande parte dos fãs de The Walking Dead, seja da série, dos gibis ou dos jogos, têm uma coisa incomum: a Michonne costuma ser uma das personagens preferidas.

Sabendo disso, a Telltale resolveu dar uma folga para a menina Clementine, que já protagonizou duas temporadas de excelentes jogos, e contar uma história inédita estrelando a Afro Samurai mais querida da cultura pop (e sim, essa é uma referência direta àquele outro personagem de mesmo nome).

Ao contrário da maioria dos jogos da Telltale, que são contados em cinco episódios (Game of Thrones tem seis), The Walking Dead: Michonne vem como uma “mini-série”, pois serão apenas três partes.

A HISTÓRIA DA MICHONNE

The Walking Dead: Michonne acontece antes da moça da espada encontrar Rick e companhia. Ela está com um outro grupo, refugiada em um barco, quando o maledeto acerta alguma coisa e empaca. Para consertar e conseguir sair dali, ela e um de seus companheiros vão investigar um barco próximo para procurar suprimentos. Obviamente, chegando lá, eles vão se envolver em confusões. Mais especificamente, vão encontrar dois grupos.

Um acusa o outro de ter roubado seus suprimentos. Os ladrões dizem que os outros são sádicos assassinos. E você, como é comum nos jogos da Telltale, vai ter que tomar decisões. Você se afastará dos ladrões para proteger a sua pele ou se unirá a eles contra os potenciais sádicos assassinos?

A história demora um bocadinho para mostrar a que veio. Ou seja, a primeira impressão não é tão positiva quanto costuma ser nos lançamentos da Telltale. Porém, quando o bicho realmente começa a pegar, a desenvolvedora volta a mostrar sua maestria em criar boas histórias e colocar o jogador/espectador no meio de decisões difíceis, para não dizer impossíveis.

FOLHA EM BRANCO

Uma coisa que diferencia bastante este da maioria dos jogos da Telltale que trazem personagens originais (como Lee e Clementine, das temporadas anteriores de The Walking Dead), é que Michonne não é uma folha em branco. A personagem é uma das preferidas dos fãs por ser daquele tipo que não leva desaforo para casa. Uma espécie de Wolverine pós-apocalíptico.

Assim, quando ela é presa e deve escolher se tenta escapar, eu não me senti tão livre em minhas escolhas quanto costumo me sentir. Ora pois, a Michonne tentaria escapar. Qualquer outra coisa que eu fizesse faria com que a espadachim não fosse mais a moça que conhecemos.

Isso muda um pouco a sensação de jogar este lançamento. Você não se pergunta para que lado quer levar a história, mas sim “o que a Michonne faria?”. Claro, você pode ignorar isso e fazer o que quiser, mas eu não me senti tomando decisões, mas sim escolhendo a resposta certa.

Outra coisa que me incomodou um pouco é que eu achei este episódio curto demais. Comecei a jogar no final da tarde, e antes da hora de jantar ele já tinha terminado. Claro, os episódios da Telltale costumam ser feitos para serem jogados em uma única sentada, como um filme, mas este me pareceu bem mais curto do que todos os outros lançados pela empresa. E considerando que a série já terá menos episódios, me parece que teremos uma história bem simplificada dessa vez.

OS ANDANDO MORTOS

Eu gostei de The Walking Dead: Michonne. A Telltale continua mestre em colocar o jogador em meio a escolhas impossíveis. Porém, este não me envolveu tanto quanto os lançamentos da empresa costumam me envolver. Se você está a fim simplesmente de uma boa história no universo de The Walking Dead, recomendo as duas temporadas anteriores. Jogue este caso já tenha experimentado as outras ou, é claro, se você for um grande fã da Michonne. Nesse caso, esta mini-série serve para desenvolver melhor uma grande – e um tanto calada – personagem.

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