Um ex-militar está em uma pacata cidadezinha do interior dos Estados Unidos quando começa a ser provocado sem motivo pelos locais. Ele acaba sendo obrigado a se defender, e daí as coisas começam a escalonar até que o que começou de forma pequena toma proporções muito além do razoável.
Não, amigo delfonauta, esta não é a sinopse do primeiro Rambo. Quer dizer, é sim, mas ela não está aqui por isso. Como o delfonauta auspicioso já percebeu, Linha de Frente tem muito mais semelhanças com o filme que deu fama absurda a Sylvester Stallone do que apenas o roteirista.
Pois é, caso você não seja daqueles delfonautas estranhos que olha a ficha técnica, o roteirista de Linha de Frente é o próprio Stallone, e aqui ele passa o papel de badass injustiçado a Jason Statham.
Existem duas principais diferenças entre Rambo – Programado Para Matar e Linha de Frente. Uma delas é que aqui, embora tudo comece de forma inocente, os vilões são criminosos, em especial um traficante malvado (James Franco). Isso faz com que o escalonamento não chegue ao nível apocalíptico do Rambo, em que o personagem começa a ser caçado por policiais, exército, FBI e tudo mais que é autoridade dos EUA. Aqui Jasão é caçado apenas por alguns capangas contratados.
Para deixar tudo mais sério, entra a outra diferença: o protagonista tem uma filhinha. E ela acaba sendo caçada junto. Obviamente, como toda criança em Hollywood, ela tem o superpoder de ser invulnerável, mas acaba servindo como motivo para deixar Statham bravo. E convenhamos, muitos filmes legais começam com a premissa “Jason Statham bravo”.
Não é o caso aqui. Linha de Frente é um filme sério demais, o que o torna um tanto entediante. Há algumas explosões bacanas e as cenas de luta em geral são bem legais, mas são prejudicadas por câmeras tremidas demais.
O protagonista em si também parece ser bonzinho demais. Apesar de absolutamente nada que acontece ser culpa dele, ele aceita até pedir desculpas para o sujeito que iniciou todos os problemas. Este não é o tipo de badass que nós gostamos.
Caso você esteja em clima de anos 80, no entanto, pode encontrar aqui algo que lhe apeteça, não apenas pela semelhança com Rambo, mas pela estética repleta de cores saturadas com alguma granulação, e também pela trilha sonora que parece dar ao filme um clima muito mais descontraído do que sua narrativa apresenta.
No final das contas, no entanto, Linha de Frente é tão genérico quanto seu título sugere. Até dá para recomendar caso esteja passando na TV, mas no cinema é pedir um pouco demais. Melhor esperar por Mercenários 3.