Glenn Hughes – Music For The Divine

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É até estranho quando pensamos que um vocalista com os predicados do Glenn Hughes já esteve no Deep Purple apenas como baixista e segunda voz. Tudo bem que a primeira voz na época era de um dos melhores vocalistas da história, o David Coverdale, mas ainda assim, é curioso quando lembramos que ambos são infinitamente superiores ao Ian Gillan.

Mas não é para falar do Roxo Profundo que estamos aqui hoje. Neste disco de 2007, Glenn Hughes nos traz o que já estamos acostumados a esperar dele, ou seja, um Hard Rock com altas doses de Funk e Soul. Uma mistura complicada, mas ele faz como ninguém.

Aliás, Mr. Hughes consegue uma façanha. Graças a todo o clima funkeado do disco, o sujeito consegue fazer com que o baixo não seja apenas um instrumento de acompanhamento no qual apenas os entusiastas prestam atenção, mas também o traz para a linha de frente, muitas vezes até mesmo levando a própria música, com mais importância que a guitarra.

Curiosamente, sua banda traz alguns membros (ou ex-membros, sei lá) de um conjunto que também já fez suas boas misturas de Rock com Funk. Falo do Red Hot Chili Peppers, que comparece aqui através do baterista Chad Smith, que toca em todo o álbum; e de John Frusciante, que toca apenas na This is How I Feel. E veja só, algumas músicas realmente parecem um Red Hot melhorado, em especial Monkey Man e a baladinha This House.

O destaque absoluto, contudo, vai para Steppin’ On e sua melodia deveras marcante e pegajosa. Outra legal é You Got Soul, que parece extraída diretamente da trilha sonora do clássico game Toe Jam & Earl. Ainda assim, praticamente todas as músicas são legais, graças principalmente ao baixo e à excelente voz de Hughes.

Music For The Divine não tem o clima místico que seu nome sugere. Aliás, muito pelo contrário. Trata-se de um álbum com clima de festa, alegre e divertido, que vai agradar tanto aos fãs de Rock quanto aos de Funk. E olha que isso não é fácil de conseguir.