Eu até entendo o fato de que estadunidenses não vão ao cinema para ver coisas de outros países e que, portanto, é financeiramente mais compensador para os profissionais refazer um filme internacional do zero do que simplesmente lançá-lo nos cinemas na língua original. Agora alguém me diz por que são apenas esses remakes que chegam aqui? O brasileiro pode até ter uma preferência pelo cinema da terra do Tio Sam, mas nunca conheci alguém que se recusasse a assistir algo vindo do oriente. Aliás, esses filmes normalmente são cheios de tetéias orientais com roupas de colegial e nós gostamos muito disso por aqui! ^^
E já que estamos falando de tetéias, parece que a mulata Jessica Alba finalmente percebeu que não vai convencer ninguém fingindo que é naturalmente loira, e aparece aqui com o cabelo escuro, muito mais natural e, justamente por causa disso, muito mais bonita do que ela estava nos seus outros filmes. Mas vamos à sinopse.
Jessica Albatroz é uma ceguinha que está prestes a fazer um transplante. Infelizmente, os olhos que ela recebe são do molequinho do Sexto Sentido e isso faz com que ela comece a ver dead people. Aliás, a semelhança com o filme do Sinhamalão é tão grande que eles chegam até a tirar sarro da famosa frase do dito-cujo.
A partir daí, o baguio é um amontoado de clichês, cheio de sustos com aumento de trilha sonora e um desfecho tão previsível que eu cheguei a ficar em dúvida se já não o tinha assistido.
De bom mesmo, além da srta. Albatroz, temos apenas os primeiros momentos em que ela usa seus olhos, ou mesmo os diálogos que nos fazem pensar em como o ato de enxergar é complexo. “Os olhos querem dominar a forma que você percebe o mundo”, diz um dos personagens em determinado momento. E não é que é a mais pura verdade?
Para completar, ainda temos essa péssima tradução do título, que contraria a própria história do longa, dando a entender que os olhos são do mal, o que é quase como dizer algo tipo “a lapiseira 0.5 do mal”. Aliás, eu assistiria a um filme chamado A Lapiseira 0.5 do Mal – Monstro. Você não?