Eu sou um grande fã do cinema oriental. Isso, é claro, não significa que toda a produção cinematográfica feita por pessoas de olhinhos puxados é boa. Na verdade, mesmo gostando bastante, tem alguns vícios que eles usam que me incomodam muito. Um deles, por exemplo, são aquelas longas cenas onde nada acontece. Tipo uma guria fica sentada por uns dois minutos, daí ela vira para a câmera e olha por mais um par de minutões. Corta para um guri sentado e olhando para a câmera por 120 segundos e assim por diante. Para completar, os planos costumam ser terríveis. Por exemplo, filmar três pessoas através de uma porta estreita, o que faz com que 50% da tela à esquerda e 25% à direita fique preta, enquanto os três personagens se espremem nos 25% que ficam no centro-direito, todos com pedaços ocultos. E esses vícios (que eu não via há bastante tempo, devo dizer, eles são bem mais característicos do antigo cinema oriental) aparecem de montão em Sonhos com Xangai.
A história também não é grande coisa. É praticamente uma mina que tem que conviver com um pai extremamente opressor. Até teria mais coisa para dizer aqui, mas o problema é que é tudo tão lento, que se eu contar mais, já chega no final do filme. A sinopse oficial, inclusive, conta tudo em um parágrafo, então eu recomendo que você não leia nada além desta resenha delfiana se planejar assistir.
É uma pena, eu estava um tanto ansioso para assistir esse filme e acho que ele renderia muito mais. Sempre digo que os orientais têm uma forma toda especial de passar sentimentos para celulóide, mas essa habilidade não funcionou tão bem aqui. Quem sabe na próxima?
Curiosidade:
– Depois da sessão, eu vi um monte de críticos comentando quão chato este longa era. O engraçado é que me parece o tipo de filme que eles normalmente gostam, o que me fez pensar: será que eles fazem críticas positivas mesmo quando odeiam, só para manter a fama de intelectuais?