O Grito 2

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Ah, os remakes estadunidenses de filmes de terror orientais. Vamos admitir, até que essa moda começou bem, com o primeiro O Chamado, mas quando as continuações começaram a rolar, era o momento ideal para se formar um grupinho de pessoas para sair pelos cinemas abanando as toalhas e gritando “eles estão chegando” a plenos pulmões. Infelizmente, eu não pensei nisso na época e agora é um pouco tarde demais, então provavelmente não terei mais oportunidades de fazer isso. Mas fique avisado, delfonauta: eles estão chegando!

Agora se a continuação de O Chamado foi aquele estrupício que todos conhecemos, o que podemos dizer da continuação de O Grito? Bom, graças a Tutatis, não é tão ruim como o filminho da Samara procurando uma mãe, mas daí a ser um bom filme tem um longo (e eu realmente quero dizer looooooooooooongo) caminho.

O Grito 2 é quase todo, mas não completamente, diferente de sua primeira parte. Ele continua os eventos da casa mal-assombrada do filme anterior, mas tirando isso, a única referência a ele está na presença relâmpago da Sarah Michelle Gellar que, convenhamos, não faz diferença nenhuma.

Para os abençoados que não assistiram à primeira parte, é o seguinte: existe uma casa mal assombrada e todos que entrarem nela começarão a serem perseguidos por dois fantasmas: um moleque com cara de pamonha e uma mulher deveras mal educada que não pára de arrotar.

Medo? Só se você for muitíssimo impressionável. Para começar, um fantasma que não pára de arrotar já é engraçado por si próprio. E ainda tem o moleque que, como se não bastasse sua cara deveras engraçada, depois que assisti a Todo Mundo em Pânico 4, não consigo olhar para ele sem lembrar daquela cena onde ele fala para a mulher (em japonês e traduzido em inglês nas legendas) “you mistake me for someone who gives a shit”, que considero uma frase genial. Pena que não é possível falar isso em português de forma tão grosseira, ou eu provavelmente o faria sempre que alguém viesse me falar da própria vida – o que acontece com muita freqüência, infelizmente.

Ou seja, O Grito 2 não dá medo. Também não dá sustos, pois, graças a Deus, não utilizaram aquele irritante artifício de um gato passar correndo na hora que a música aumenta. Se causa algo no espectador é o riso, o que não parece ser a intenção do mesmo. Terror? Ora, a única forma de esse filme dar medo seria se tivessem escalado o Ashton Kutcher para o papel feito pela Sarah Michelle Gellar. Como não fizeram isso, talvez este filme fosse uma boa opção para um ano onde o terror não teve pérolas como essa. Mas como o alvo desse link ainda deve estar em cartaz não vejo porque alguém optaria por assistir a O Grito 2.

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