E dá-lhe Nintendo. Depois de dar uma palhinha do novo Super Mario Bros durante a Game Developers Conference, o presidente da Big N, Satoru Iwata, fez a sua entrevista coletiva e mandou bomba atrás de bomba. O ano promete para quem tem um DS e vai comprar um Revolution (eu, por exemplo). Então, sem mais demora, vamos relatar as novidades para os leitores do DELFOS.
Iwata começou falando um pouco sobre Brain Age para o Nintendo DS. O jogo foi lançado no Japão com o nome Train Your Brain e, como já dá para imaginar, é um grupo de exercícios de matemática e lógica. O jogo vendeu mais de um milhão de cópias no Japão, e promete fazer o mesmo sucesso nos Estados Unidos. O presidente da Nintendo falou que foi difícil convencer as lojas topar a venda do cartucho, pois eles diziam que “não é nem um jogo”. Bom, as vendas falaram por si. Iwata falou que esse é um dos games que mostra o que a Nintendo quer – apelo universal para os seus produtos.
Continuando a falar sobre o diferencial que a Big N está se propondo a oferecer, Iwata falou um pouco sobre o serviço Wi-Fi do Nintendo DS. Ele explicou que a simplicidade do acesso (sem custos, devo acrescentar) é um dos segredos do sucesso, e que foram necessárias apenas 18 semanas para que o serviço alcançasse um milhão de usuários. A competição (nota: Xbox Live) levou mais de um ano para conseguir alcançar esse mesmo número.
Depois de mostrar o mais novo jogo com acesso Wi-Fi, Metroid Prime Hunters, recém lançado nos Estados Unidos, Iwata soltou a maior novidade do dia – o anúncio do novo Zelda para o Nintendo DS. O jogo se chamará The Legend Of Zelda: Phantom Hourglass e terá gráficos 3D cell-shaded, mas o estilo de jogo seguirá o estilo 2D da série. A tela superior do portátil será basicamente usada para mapas, e a tela inferior (que é a sensível a toque) será onde a ação se passará. O jogo sairá no final do ano, e Satoru Iwata prometeu um demo jogável na E3.
O controle do Revolution foi o assunto seguinte. Iwata falou sobre o “medo” que as pessoas “não-iniciadas” nos videogames têm de tocar nos controles atuais (e eu concordo com isso, pois meu pai nem pensa mais em jogar) por conta do excesso de botões, direcionais, etc. Segundo o presidente, a Nintendo passou por vários protótipos até chegar no design atual.
Também houveram novidades reveladas sobre a retro compatibilidade do Revolution. A Nintendo já havia revelado que o vidogame rodará os jogos do GameCube e, através de um serviço de downloads, também poderá rodar os jogos do NES, Super NES e Nintendo 64. Durante a palestra, Iwata revelou que além dos consoles supra citados, o serviço de downloads também disponibilizará jogos do Mega Drive, da Sega, e do Turbografx 16, da NEC. Não todos os jogos desses consoles, mas com certeza os melhores, disse (nota: provavelmente os jogos da própria Sega e os da Hudson).
Iwata falou, a seguir, sobre a filosofia do novo console. O desenvolvimento de jogos para a nova geração (PlayStation 3 e Xbox 360) é altamente caro, principalmente por conta dos gráficos muito detalhados (nota: suporte a HDTVs, que praticamente dobra o custo do desenvolvimento). Segundo Iwata, a Nintendo deseja fazer algo diferente – prover soluções para pessoas com boas idéias. Claro que a empresa entende a importância dos gráficos, e jogos como Mario, Zelda e Metroid estarão mais bonitos do que nunca, mas não serão os únicos trunfos do console. A ênfase é na inovação, que, segundo o que a Big N acredita, é essencial para atrair toda uma nova audiência para os videogames – pessoas mais novas e mais velhas. A Nintendo está se comprometendo a criar um ambiente de desenvolvimento que permitirá a desenvolvedores se expandirem e se expressarem. Dentro de poucas semanas (nota: a E3) a imprensa poderá jogar, ver e entender nossa filosofia. Videogames servem para nos divertirmos (nota: amém).
Em seguida, Satoru Iwata agradece a presença de todos e sai. Eu, após acabar de ler o texto da conferência, fico pensando: quem será que o Corrales tem que matar para arrumar umas credenciais para a E3?