Mullet Mad Jack é um jogo que me deixou em dúvida se merecia meu tempo. Por um lado, ele parecia muito legal. Por outro, é um roguelite. Felizmente, ele traz uma gama de opções de dificuldade, inclusive algumas que se consideram “modo arcade”, não roguelite. E foi assim que joguei.
REVIEW MULLET MAD JACK
Mullet Mad Jack é um FPS totalmente focado em combate, com exploração mínima ou inexistente. Basicamente, você precisa correr pelas fases, matando tudo que estiver na sua frente em busca de portas amarelas. Até que uma porta amarela seja a saída, e daí você pode começar de novo.
A pegada é que no futuro os humanos precisam de uma dose de dopamina a cada 10 ou 15 segundos (depende da dificuldade) e, se não conseguirem, morrem. A única forma de conseguir dopamina, como na vida real, é matando os outros. Assim, você está sempre morrendo, e precisa matar para continuar vivo. Parece algo desesperador e difícil demais, e fiquei feliz ao ver que existe uma opção sem limite de tempo. Porém, o jogo foi pensado com esta limitação, e funciona bem. Pelo menos na dificuldade “15 segundos”, consegui jogar tudo com prazer e sem frustração, pelo menos até o terrível final boss, uma batalha totalmente desregulada.
ROGUELITE
Entre cada andar, você pode escolher um upgrade que serve até o próximo chefe ou a próxima morte, o que vier primeiro. Cada nível é composto de 10 andares, sendo que o décimo é um chefe que desliga o limite de tempo e funciona com porcentagem de vida, como o tradicional em games. Morrer o leva de volta para o primeiro andar do nível, o que pode ser um tanto frustrante. Aparentemente, a permadeath existe apenas na dificuldade mais alta, assim sua perda de progresso é sempre limitada a um nível. Terminar um nível permite escolher um upgrade permanente, que não é resetado na morte ou ao passar de fase.
É bom que o jogo limite a repetição, pois certamente enfraqueceria se necessário começar do zero a cada morte. Isso porque mesmo fazendo a campanha naturalmente, sempre avançando, é comum passar por várias salas repetidas, com os mesmos obstáculos e inimigos. O jogo é bem curto, mas isso é bom, pois termina antes de encher o saco pela repetição, pelo menos nas dificuldades mais baixas.
COMBATE E ESTILO
Por outro lado, o combate e o estilo estão sempre no último, favorecendo uma diversão altíssima e perfeita para caboclos hiperativos como eu. Graças ao limite de tempo curto, você está sempre correndo, buscando seu próximo assassinato e bebendo refri (que recupera tempo). Ocasionalmente, está também pulando em desafios simples de plataforma ou correndo pelas paredes.
Apesar de as salas se repetirem com frequência na campanha, o visual é sempre impressionante, com uma estética de fliperama que muito me agrada. Você também ganha mais tempo com mortes estilosas, como chutar desafetos numa armadilha ou dar tiro no saco. Assim, quando você termina cada andar, que dura cerca de um minuto, está sempre com um sorrisão na cara. A notícia negativa é que o jogo está atualmente quebrado no Xbox Series, e após vencer o chefe no carro com a minigun, ele entra em uma tela de carregamento e trava. Aparentemente no momento é impossível terminar no Xbox Series.
Assim como faz com seu protagonista, Mullet Mad Jack concede generosas doses de dopamina a seu jogador. E isso o torna uma experiência curta, mas divertida e empolgante. Só espere um patch para poder jogar até o final.