De tempos em tempos, as estrelas se alinham, e um jogo independente aparece sendo superior à enorme maioria dos outros, deixando uma galera endinheirada a ver navios. Este é nosso review Forgive Me Father 2.
Review Forgive Me Father 2
Forgive Me Father 2 é um boomer shooter muito mais redondo do que o que costumamos ver em outros FPS retrô. Os personagens têm algumas poucas posições, mas são tão bem desenhados e animados que suas limitações acabam deixando tudo ainda mais charmoso.
Os cenários e o som, por outro lado, são simplesmente perfeitos. Forgive Me Father 2 tem uma enorme variação de cenários e uma trilha sonora dinâmica que complementa a deliciosa ação.
E que ação, meu camaradinha!
O combate, o principal atrativo do jogo, é simplesmente uma delícia. Tudo se complementa. O visual dos inimigos, suas animações, o design, movimento e som das armas. E, por fim, mas não menos importante, a forma crocante com que os inimigos de desfazem em pedacinhos de carne.
O design das fases também é muito legal. As fases são complicadas e lineares ao mesmo tempo. Elas usam aquele esquema Id Software de te mostrar uma porta trancada, te levar até a chave e, finalmente, te colocar de frente para a porta depois de estar com a chave. Apesar de serem labirínticas, as fases são intuitivas e muito bem criadas.
Arenas de combate
Uma coisa que decepciona um pouco é que boa parte das fases têm arenas de combate que te trancam em uma sala até você vencer todo mundo. Nem todas as fases usam isso, mas há uma sequência de fases na parte da universidade em que isso se torna repetitivo.
Pior ainda é perto do final, quando há duas fases muito chatas. A primeira exige encontrar e ativar mais de 20 alavancas. Adivinha se eu não tive dificuldades de encontrar a última. A outra é simplesmente uma sequência de arenas repetindo cenários do resto da campanha, algo semelhante ao que já estava no fim do game anterior. Estas duas missões somadas duraram para mim uns 60 minutos. É um tempo considerável em um jogo de 10 horas, mesmo as outras nove horas tendo sido recheadas do mais próximo possível da diversão absoluta.
Armas e upgrades
Você tem algumas armas tradicionais de jogos de tiro. Pistola, escopeta, lança-granadas, etc. Entre as fases, você pode usar pontos de upgrade para destravar variações. Dá para transformar seu rifle numa metralhadora de tiros teleguiados ou seu lança-granadas em uma arma explosiva com tiro que viaja instantaneamente. Sério, esta última é uma delícia.
Também tem o ult, chamado de madness. Lutar acumula energia que pode ser utilizada neste modo. O que ele faz fica a seu critério. Você pode roubar vida dos desafetos ou matá-los com o olhar, o que é muito divertido. O chato é que só dá para equipar três cartinhas, então fatalmente um benefício substitui outro. Isso impede que você fique absurdamente poderoso, mas eu gosto de ficar absurdamente poderoso. Ponto para a skill tree do jogo anterior.
Perdoa-me, pai, pois eu amei Forgive Me Father 2
Recentemente, eu resenhei o Kvark e já tinha achado ótimo. Forgive Me Father 2 é ainda melhor. É um jogo independente com polimento e capricho dignos de um AAA, mas sem os vícios que normalmente acompanham jogos de alto orçamento. É simplesmente um dos FPS retrô mais consistentemente agradáveis desde Prodeus e Turbo Overkill e, como tal, leva minha recomendação delfiana sem ressalvas. Simplesmente jogue.