A sensação que sentia ao jogar SlavicPunk Oldtimer é de que este jogo foi feito por pessoas que nunca tinham jogado videogames antes. Tipo o visual é bem legal, mas toda a parte interativa é sofrível. Ruim mesmo. É um jogo que eu comecei a jogar empolgado, mas ao terminar o tutorial, soltei um “nope”. Daí saí do jogo e vi que já tinha feito 20% da campanha.
Pois é, diante da constatação que ele era tão curto, resolvi engolir meu sofrimento e jogar até o fim. Três horas depois, os créditos subiram, mas SlavicPunk Oldtimer não fez absolutamente nada para justificar meu tempo. Tirando o visual e o mundo interessante, ele não dá motivo algum para ser jogado.
O QUE É SLAVICPUNK OLDTIMER
SlavicPunk Oldtimer é um twin-stick shooter, mas imediatamente ele demonstra que não aprendeu a graça deste gênero. Para quem não tem experiência com o estilo, o bacana em um twin-stick shooter é poder mudar a direção de seus tiros imediatamente. Aqui, no entanto, a câmera também é controlada pela alavanca direita. Isso significa que seu personagem sempre atira “para cima”. Se você quiser mudar a direção, precisa girar a câmera totalmente até apontar para onde deseja. Se já dá aflição só de ler a descrição, imagina jogando.
FALANDO EM LER
Curiosamente, SlavicPunk Oldtimer é um jogo com muita história, e boa parte dela aparece escrita no canto da tela enquanto você está jogando. Dá uma olhada na imagem acima, no canto superior direito. Este é o tamanho que a desenvolvedora julgou apropriado para contar sua história.
Eu tenho uma TV de 65 polegadas e uso óculos para leitura (normalmente não para usar a TV). Porém, apesar do tamanho da TV, com ou sem óculos, eu simplesmente não conseguia ler os textos do jogo. Nem a história, nem o tutorial. As legendas são um pouquinho maiores. Mas ainda assim, tudo isso junto dá a sensação de que essa turma nunca jogou videogame antes.
LEGIBILIDADE NÃO DEVERIA SER DIFÍCIL
Em uma fase, que corresponde a 20% da duração total do jogo, o herói está doidão. A forma que escolheram para representar isso dá a sensação de que você está vendo um filme 3D sem os óculos. Olha a imagem acima. Te parece aceitável? Em um jogo menos tosco eu acharia que era defeito da minha TV.
Apesar do problema da legibilidade, nem toda a história é contada com textos. Em alguns momentos os personagens falam com vozes. Em outros, há cutscenes com vozes e imagens estáticas. Algo padrão em jogos de menor orçamento, mas nem por isso melhores de ver.
SLAVICPUNK OLDTIMER: O JOGO EM SI
A campanha é dividida entre fases “internas”, as missões propriamente ditas, e o hub/mundo aberto. Em geral você apenas segue waypoints, mas a diferença é que no hub nem todo mundo te ataca o tempo todo. Além do tiroteio, o combate tem um esquema estratégico que envolve hackear os inimigos para machucá-los ou imobilizá-los. A utilidade disso é basicamente limitada a inimigos com escudos, que são praticamente invencíveis. Você os hackeia, imobiliza e daí vai para trás deles tentar acabar com sua vida antes de ele voltar a se mexer.
Também vale comentar sobre os saves. O jogo guarda todos os checkpoints pelos quais você passou em saves separados. Assim, quanto mais você joga, maior é o arquivo de save. Numa campanha completa, fiquei com 450 mb de saves, muito mais do que quero usar no meu limitado SSD de 667 Gb ou no espaço de nuvem que permite, se não me engano, apenas 20 gb. O design do mundo é realmente legal, com hologramas enormes e uma escala bacana, mas infelizmente é a única coisa positiva que tenho a dizer dele. Não faça como eu, fuja de SlavicPunk Oldtimer como o Cascão foge de água. Eu gostaria de ter feito isso.