Uma coisa extremamente rara é eu pegar algo para jogar sem saber que é uma continuação. Isso aconteceu hoje. Grapple Dogs Cosmic Canines é continuação de Grapple Dog, que saiu ainda outro dia, em 2022, mas que passou totalmente abaixo do meu radar. A história aqui é independente, mas faz referências ao que aconteceu no jogo anterior, e esta foi minha dica para pesquisar. Tirando esta surpresa, Grapple Dogs é exatamente o que eu esperava quando escolhi jogar para review: um jogo bem simples, mas gostoso.
REVIEW GRAPPLE DOGS
Quando digo que Grapple Dogs Cosmic Canines é simples, refiro-me especificamente ao audiovisual. Como você percebe pelas imagens, é tudo bem simples, do tipo que rodaria facilmente em um videogame de algumas gerações atrás. Mas é também muito bonitinho. Os personagens são bem fofos, e os cenários são coloridos e interessantes, além de haver uma grande variação de biomas.
Esta simplicidade não se estende ao gameplay, que é até bastante elaborado. Você alterna entre dois personagens. as fases de Pablo, o Grapple Dog original, são um plataforma mais tradicional. Você vence os inimigos pulando em suas cabeças ou com soquinhos, por exemplo. Luna, a nova heroína, ainda é uma campeã de plataforma, mas ataca seus desafetos com armas de fogo, e tem uma dash que dá a ela altíssima mobilidade.
PLATAFORMA AVANÇADA
O que os dois heróis têm em comum é o titular grapple, ou seja, o gancho que permite que eles se pendurem pelas fases estilo Tarzan. Mas a jogabilidade vai muito além disso. Pablo tem poderes desbloqueáveis e Luna ganha novas armas. Todos estes upgrades aumentam muito a mobilidade e modificam totalmente as mecânicas.
Como Grapple Dogs é um jogo em fases, a utilidade destes poderes não é como o que vemos em um metroidvania. Ao invés disso, as fases são totalmente construídas em cima destas mecânicas e habilidades, que são usadas apenas nas fases em que elas aparecem. Tem muita criatividade aqui. O foguinho do Pablo, por exemplo, permite voar em qualquer direção, e poderia ser o suficiente para sustentar um jogo inteiro.
CONTROLES CONFUSOS
Uma coisa que realmente atrapalhou minha diversão foram os controles. Não por serem ruins, mas porque os dois personagens jogáveis são tão parecidos que você tenta fazer com um o que apenas o outro faz. No caso, o botão B do Xbox faz a Luna dar uma dash, o que permite estender seu pulo. É extremamente útil. Já quando você aperta o B com o Pablo no ar, ele desce com tudo no chão, fazendo um impacto que destrói caixas. São funções totalmente opostas no mesmo botão: uma aumenta a distância do pulo, enquanto a outra finaliza o pulo imediatamente. A quantidade de vezes que eu usei o slam e caí num abismo não está no gibi.
É frustrante cair porque você queria usar dash, mas é apenas isso. Grapple Dogs não é especialmente difícil, então isso não é algo realmente grave. E até dá para remapear os controles de cada personagem independentemente, mas eu sinceramente não tive uma ideia melhor para resolver estas duas funções contraditórias. O jogo também tem cutscenes demais para o gênero, e apesar de o Pablo ser bastante carismático em sua inocência bobinha, a história não é nada demais. E é chato ter que esperar a introdução dos chefes toda vez que você morre neles.
GRAPPLE DOGS E OS CANINOS CÓSMICOS
Grapple Dogs não vai ser o melhor plataforma 2D que você jogou na vida. Mas é bem gostoso enquanto dura. É o tipo de jogo que dá para matar casualmente em um final de semana, se divertindo bastante, embora não seja especialmente memorável. Para fãs de plataforma 2D em fases, é uma boa pedida.
