Amigo delfonauta, estou sinceramente preocupado com minha saúde mental. TMNT Splintered Fate é potencialmente a terceira resenha positiva seguida de um roguelite que escrevo. Para alguém que jogou Hades e determinou que nunca mais jogaria um roguelite, isso é preocupante. Começo a pensar que talvez não seja apenas o jogo em si, mas o fato de ele usar uma marca que eu gosto. No caso, todos os roguelites que gostei eram assim. Tivemos South ParkPrince of Persia e hoje, Tartarugas Ninja.

Destes, talvez um de Tartarugas Ninja seja o que faz mais sentido para mim. Afinal, a maior parte dos bons jogos dos quelônios focavam na porradaria. Como beat’em ups com vidas limitadas, na época de outrora era comum não jogar necessariamente para terminar, mas até levar game over. E esta foi minha mentalidade ao entrar de cabeça em Splintered Fate: queria uma diversão casual com força de tartaruga. E consegui.

REVIEW TMNT SPLINTERED FATE

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Na verdade, ao contrário de HadesRogue Prince of Persia ou mesmo Dead CellsTMNT Splintered Fate é quase primário. É um jogo de pancadaria totalmente linear, com um caminho pré-estabelecido. Tem quatro fases (com várias telas em cada uma) que rolam sempre na mesma ordem, com apenas um caminho a ser seguido.

Ao longo da campanha, você vai ganhando upgrades que ajudam naquela partida, ou moedas que podem ser usadas para upgrades permanentes. A ideia, como sempre, é ficar insistindo até deixar o jogo fácil o suficiente, ou até encher o saco. O que acontecer primeiro.

UMA NOVA PARTIDA A CADA PARTIDA

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As fases têm alguma aleatoriedade no formato das salas, mas isso sinceramente não faz diferença alguma. O layout pode ser diferente, mas o jogo é apenas uma sequência de arenas, intercalada por uma loja e alguns chefes. Cada mundo tem dois chefes. O primeiro, o miniboss, é relativamente aleatório. Pode ser um ninja superpoderoso, um ratão ou algo parecido. O segundo, o principal, que guarda a saída da fase, é sempre o mesmo em todas as partidas. Leatherhead na primeira fase, Karai na segunda, BebopRocksteady na terceira e, claro, Destruidor na quarta.

A Karai não enchia o chão com fogo nas primeiras vezes que a enfrentei.

Uma coisa que me chamou atenção é que estas batalhas vão ficando mais complicadas conforme você sobe de nível. A Karai, em especial, foi relativamente fácil nas primeiras batalhas, mas depois se tornou um chefe extremamente desafiador, com muito mais vida e uma tendência a cobrir o chão inteiro com fogo. Na primeira vez, cheguei à terceira fase completinho, mas agora a maledeta me deixa muito fraco depois da sua luta. Ao invés de ficar mais fácil, o jogo parece ter ficado muito mais difícil. Mas sim, ao contrário da maioria dos roguelites, eu consegui terminar antes de encher o saco.

Muito disso se deve à sorte também, e aos upgrades a que você tem acesso durante sua partida. Numa das minhas melhores partidas, troquei um dos especiais do Michelangelo por uma sequência de bolas de fogo que tirava MUITA vida dos chefes. E nunca mais tive oportunidade de pegar este ataque novamente.

FORÇA DE TARTARUGA

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O combate, que é basicamente tudo que o jogo oferece, é bacana. Cada tartaruga tem dois especiais que são carregados conforme você ataca. Eles carregam rapidamente, o que dá ao fluxo da pancadaria um ritmo gostoso de ataque normal, especial um, ataque normal, especial dois, repita. Os ataques inimigos também são bastante telegrafados, e o jogo não segue a tradicional prioridade de animação. Isso significa que dá para você usar o dash a qualquer momento, interrompendo qualquer coisa que esteja fazendo. Fazia muito tempo que eu não jogava um game de porrada tão leve neste aspecto, em que você não precisa se comprometer com cada movimento.

Os inimigos são relativamente variados, mas considero uma pena que, em uma série com tantos personagens legais, todos os minichefes sejam NPCs genéricos. Afinal, cada um poderia ser alguém no nível do Bebop ou do Leatherhead. Apenas quatro (cinco, se você considerar Bebop e Rocksteady como dois) inimigos de história é pouco.

TARTARUGAS NINJA SPLINTERED FATE

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Entre as partidas, você volta para a base das tartarugas no esgoto e pode conversar com April e outros personagens para avançar a história, além de comprar upgrades permanentes. Como eu me importo com estes personagens, acaba dando à história um incentivo que não tenho em outros games do gênero. A história é totalmente falada, mas sem animações, apenas imagens estáticas.

Sinceramente, não sei se vou jogar TMNT Splintered Fate por muito tempo, especialmente depois que cheguei ao final. No momento, não estou me cobrando nisso. Vou jogar mais algumas partidas por diversão e, quando encher o saco, vou para o próximo. Mas pelo menos durante algumas horas, ele foi capaz de me divertir.