Ghost of Tsushima é um game de PS4 sensacional que ganhou uma versão igualmente sensacional para PS5. Semana passada ele chegou ao Windows, o que sempre é motivo de festa. Afinal, exclusividade não é legal para quem não usa gravata. A pergunta que vamos responder aqui é: será que Ghost of Tsushima no Windows/Steam é tão sensacional quanto suas versões de console? A resposta é sim e não. Vamos a elas.
GHOST OF TSUSHIMA NO WINDOWS É SENSACIONAL
Eu fiquei surpreso com quão bem Ghost of Tsushima rodou no meu notebook com uma RTX 3070. De acordo com a lista de requisitos, o prometido é que eu conseguisse rodar no “alto” a 1440p e 60 fps, o que já é excelente. Porém, consegui fazer ficar ainda melhor. O menu de opções tem pré-escolhas onde você pode ir do muito alto ao muito baixo. Mesmo escolhendo o muito alto, algumas opções ainda podem ser melhoradas. Eu fiz isso e coloquei tudo na opção mais alta.
Daí ativei o DLSS pedindo para sincronizar a 60 fps. Meu camaradinha do coração, fiquei realmente surpreso quando vi que o jogo estava ficando entre 60 e 100 fps o tempo todo. O truque pra isso é algo que ainda não tinha tido oportunidade de testar: frame generation.
DLSS Frame generation é uma tecnologia originalmente da NVIDIA que gera quadros por IA e que só pode ser usada em placas de vídeo acima da série 40. Ghost of Tsushima é o primeiro jogo que eu vejo que permite usar a tecnologia concorrente, FS3 Frame Generation. O mais legal é que dá para usar a geração de quadros ao mesmo tempo em que upscala a imagem em DLSS, sem necessidade de usar o upscale FSR. AMD does what Nvidia don’t, pelo menos neste caso. Desligar o frame generation diminuía bastante, chegando até a cair abaixo dos 60, mas por que faria isso? Para mim pareceu uma opção que roda o jogo melhor sem nenhum comprometimento. Posso estar errado, mas é como me senti usando pela primeira vez aqui.
GHOST OF TSUSHIMA NO WINDOWS PRECISA DE MELHORIAS
O jogo roda bem, então. Muito bem. Quando está rodando, o faz suave, curiosamente sem nem disparar as ventoinhas do note, o que quase qualquer outro jogo faz. Porém, eu nunca encontrei tantos erros desde que voltei a jogar no PC. Em especial, Ghost of Tsushima quebra com frequência quando você abre ou fecha o jogo. Vamos elaborar.
Quando abro o jogo, é muito comum que ele simplesmente não inicie. A tela fica preta, às vezes com o aviso do overlay da Nvidia ou da Steam paralisados. Dando CTRL+ALT+DEL consigo abrir o gerenciador de tarefas, mas não consigo fazê-lo aparecer na tela. Usar Alt+Tab mostra as janelas que estão abertas, mas não consigo selecioná-las como principal. A única solução que encontrei quando isso acontece foi desligar o computador na força, segurando o botão de liga/desliga, o que nunca é recomendado.
Isso aconteceu várias vezes, cerca de metade das vezes em que tentei rodar o jogo. Uma única vez, o jogo nem chegou a abrir. Apareceu uma mensagem de erro e um pedido para reportar à Sony. Convenhamos, isso é preferível a travar o computador por completo. Na vez seguinte rodou.
PROBLEMAS PARA FECHAR
Abrir dá problema, mas fechar também dá. Cerca de metade das vezes que fechei o jogo, ele fechava e voltava ao Steam. Porém, o Steam diz que o jogo continua rodando, e clicar em “Stop” apenas deixa o botão cinza, sem nunca fechar o jogo ou me deixar rodar outro. Só consegui resolver isso fechando o Steam inteiro. Daí aparece uma mensagem dizendo que ele está esperando o Ghost of Tsushima fechar e, um minuto depois, o Steam fecha por completo.
Um dos motivos que não gosto de jogar no computador é que você nunca sabe se as coisas são problema meu ou do jogo. Então estou apenas contando minha experiência. Pode sim ser um problema de compatibilidade com alguma das minhas peças ou alguma outra coisa banal (ou não) específica do meu computador. O que posso dizer é que são dois problemas que nunca vi acontecer com outros jogos.
PLAYSTATION OVERLAY
Um problema menor – e que consegui resolver – é o tal do Playstation Overlay que aparecia acinzentado, mesmo depois de eu ter logado na PSN. Consegui resolver isso mudando a configuração de tela para fullscreen. Aparentemente a configuração exclusive fullscreen não é compatível, mas o jogo poderia falar isso.
Logar na PSN não importou meus saves e meus troféus do Playstation não apareceram no Steam. Mesmo assim, o jogo ativou para mim alguns benefícios de new game +, como roupas e cavalos extras, mesmo sem eu ter a opção de new game + no menu principal. O mais legal é que eu ganhei uma conquista específica do New Game + que foi destravada tanto no PS5 quanto no Steam. As que eu já tinha, no entanto, só apareciam no Steam depois que as conquistava de novo.
O Playstation Overlay é bem básico. Ele abre um mini menu de PS5 no seu computador, onde você pode ver seus amigos, seu perfil e seus troféus. Tem também links para páginas da internet onde é possível editar sua conta e preferências gerais. A conta na PSN é necessária para jogar o modo Legends, mas não para a campanha principal. A vantagem é que no Windows, mesmo precisando da conta, você não precisa pagar a assinatura para poder jogar online.
TSUSHIMA E O FANTASMA DO BILL GATES
Sobre o jogo, não tenho nada além de recomendações, e para elas você pode ler os textos anteriores do DELFOS ou até ouvir nosso podcast. A performance também achei surpreendentemente boa, especialmente quando comparada a lançamentos anteriores da Playstation no Windows, como The Last of Us e Ratchet e Clank.
Porém, eu fico preocupado com a recusa do computador em abrir e fechar o programa do jogo. Fico inclusive com receio de rodá-lo de novo e acabar tendo que desligar “na força”. São coisas que eu adoraria ver a desenvolvedora Nixxes se manifestando que são problemas conhecidos. Por enquanto posso apenas falar da minha experiência. Bora salvar o Japão?