Esta é nossa análise Lunark, e este é um game especial. Não por ser especialmente criativo, mas por ser uma homenagem deliciosa a um gênero de games que surgiu com tudo nos anos 90 e, pouco depois, sumiu. Refiro-me aos jogos cinematográficos feitos com gráficos poligonais na época dos 16-bit. Dentre eles, temos Flashback, Out of This World e, com um pouco de esforço, Prince of Persia. Mas é basicamente isso. Deve ter outros games nessa linha, mas eu sinceramente não me lembro de outros de sopetão.
ANÁLISE LUNARK
Destes três, a inspiração principal é bem clara: Flashback. Os controles e movimentos são iguaizinhos. O combate é muito semelhante. E, assim como em Flashback, há pequenas cutscenes mostrando de forma cinematográfica quando você pega ou ativa algo.
Os gráficos, pelo menos estilisticamente, não são low-poly. Muito pelo contrário, são pixelados ao extremo. A ponto de que você tem que literalmente usar a imaginação para interpretar o que está na tela. E, talvez justamente por causa disso, achei lindão.
O DELICIOSO SABOR RETRÔ
Jogar Lunark para mim foi um prazer bem semelhante ao de jogar Prodeus no ano passado. Afinal, ambos elogiam um gênero quase morto, usando gráficos com estilo antigo, mas ao mesmo tempo bastante modernizados. Eu consigo pensar em muitos games antigos que parecem Lunark quando estáticos. Mas a movimentação aqui é fluida e realista, num ponto que simplesmente não era possível em games pixelados da época de outrora.
Tirando o fato de que Lunark é mais colorido e menos sério, o gameplay é bastante parecido com Flashback. Seus estágios são vastos, porém lineares. É necessário explorar e eventualmente voltar após cumprir objetivos. A história é importantíssima. Seus ataques são com um revolvinho, e a movimentação envolve escalar e descer de plataformas alinhadas.
Aliás, Lunark é tão inspirado por Flashback que emula até mesmo os controles complicados. Outros games de plataforma com este tipo de gameplay já modernizaram e facilitaram um tanto os controles. Mas aqui é tudo bem complexo e durão. Você anda em quadrantes, precisa parar no quadrante preciso para acertar os pulos e muitas vezes apertar sequências bem complexas. Por exemplo, para agarrar algo em um pulo durante uma corrida, é necessário segurar para o lado e para cima. Mas não funciona se você fizer o comando na alavanca. É necessário usar o direcional digital.
ANÁLISE LUNARK: MAIS UMA BOLA DENTRO DA WAYFORWARD
A Wayforward é uma publisher que tem lançado alguns dos games retromodernos mais interessantes. Alguns ela mesma cria, outros apenas publica (Lunark foi criado pela Canary Games, estúdio que vou acompanhar de perto), mas seus games nunca falham em surpreender. Nem todos são especialmente bons, mas sempre são no mínimo interessantes.
Lunark não é um game especialmente longo. Há vídeos de walkthrough com duração de pouco mais de duas horas. Para mim, diria que durou umas cinco. Não senti que foi curto demais para o que oferece. Foi o suficiente para sentir que cumpriu sua missão, sem me cansar, e deixando um gostinho de quero mais.
Se você jogou Flashback nos anos 90, ou em um de seus relançamentos, e gosta do jogo, sabe exatamente o que vai encontrar aqui. Para você, recomendo Lunark com força. Quem nunca jogou Flashback ou Out of This World talvez não tenha uma referência de como é Lunark, já que pouca coisa nesse estilo foi feita depois. Mas se está interessado em uma interpretação diferente dos games de ação e plataforma, Lunark é uma excelente pedida.