Dois anos depois da estréia de Cassino Royale, a rebootada na franquia do 007, agora estrelada pelo macaco loiro Craig, Daniel Craig, chegamos ao filme com o título mais bizarro da franquia: Quantum of Solace.
Logo no início, ficamos sabendo de uma organização criminosa que tem gente infiltrada em todo lugar. E, por “em todo lugar”, quero dizer que provavelmente alguém ou alguma coisa na sua casa faz parte dela. Sim, eu sei, eu sempre desconfiei daquele abajur que apareceu do nada lá na sala. Curiosamente, a inteligência britânica não sabia da existência dessa organização e, assim que descobrem, começa a caçada para pegar seus líderes. E, a partir daí, Bond manda ver na ação, perseguição, moças bonitas e fáceis e, é claro, mais explosões do que você será capaz de contar.
Isso tudo fez com que eu me surpreendesse positivamente. Quantum of Solace é tão absurdamente mais divertido do que Cassino Royale que nem parecia se tratar da mesma franquia. E, se Cassino me deixou um tanto entediado, Quantum me divertiu pra caramba. Se esse filme mostra um James Bond mais parecido com os anteriores, como dizem por aí, eu realmente preciso ir atrás deles. Afinal, a seriedade de Cassino me deixou sem a menor vontade de assistir aos seus vinte antecessores.
Claro, ainda assim, Quantum of Solace não chega ao nível de fanfarronice e diversão de um Testosterona Total, mas aqui a série definitivamente deu um passo na direção certa, com maior quantidade de piadas e cenas de ação mais exageradas e divertidas.
Infelizmente, o diretor Marc Forster, do excelente Em Busca da Terra do Nunca, demonstrou não ser capaz de filmar cenas de ação de forma adequada, pois preferiu ficar tremendo a câmera o tempo todo e, assim, jogar no lixo todo o orçamento bombado que teve para as explosões e coreografias, que funcionariam muito melhor se fossem plenamente visíveis. Acho que ele precisa de umas aulinhas com os Irmãos Wachowski para ver como se filma ação de forma bonitosa e empolgante.
A mão tremida do Marcão acabou custando meio Alfredo para a nota do filme. Ainda assim, não se engane. Quantum of Solace é 616% melhor e mais divertido do que seu antecessor. E, nas mãos de um diretor com mão firme, a cinessérie do 007 só tende a melhorar. Por causa disso, pela primeira vez vou aguardar ansiosamente o lançamento do próximo. Mas convenhamos, o que deu no Ian Fleming para chamar seu personagem de Jaime Grude? O.o
Curiosidades:
– Olga Kurylenko, a beldade de Hitman aqui está mais escurinha. Mais especificamente, está com aquela cor de frango assado que só o bronzeamento artificial é capaz de fornecer. Isso é praticamente uma peruca feminina: só quem usa acha que está bonito, todos os outros riem da cara do usuário.
– Ainda sobre a Olga, ela tem uma cicatriz horripilante nas costas. O negócio é tão absurdamente feio que eu achei que fosse uma maquiagem feita para o personagem. Porém, nenhuma referência é feita a isso durante o filme, o que nos leva a perguntar: por que diabos deixaram a moça usar vestidos com as costas abertas? O cinema deveria impedir esse choque de realidade, caramba! Especialmente numa franquia tão lúdica quanto a do semi-deus James Bond. Decepcionei-me tanto com isso como quando fiquei sabendo que o Schwarzenegger tinha 1,50 m. Tá, ele não tem 1,50 m, mas é bem baixinho! 😛
– Já que a Olga ficou meio estragada depois dessa cicatriz, felizmente temos uma outra Bondgirl que faz juz ao nome: Gemma Arterton, que se uniu a Julie Gonzalo, Anne Hathaway e Amy Smart na minha lista de mulheres mais lindas do mundo. O lado bom é que ela também vai enfeitar o Prince of Persia, aquele com o Donnie Darko. Aliás, começo aqui uma campanha para a Gemma substituir a Kirsten Dunst como a Mary Jane. Hum… Gemma com gema de ovo…
– Gemma deve agradar especialmente aos fãs de música, graças ao nome de sua personagem: Strawberry Fields.
– Em nenhum momento de Quantum of Solace, o protagonista se apresenta daquela forma clássica (Bond, James Bond). E mais, ele também não pede sua bebida “shaken, not stirred”. Assim não dá! =P