Zombie Vikings

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Fãs de beat’em up puro, daqueles que dominavam os fliperamas nos anos 90, regozijem-se. Se jogos como Streets of Rage, Final Fight e, especialmente, os clássicos das Tartarugas Ninja colocam um saboroso sorriso em sua cara, você não pode perder Zombie Vikings.

Até tivemos alguns bons beat’em ups lançados nos últimos anos, mas é fato que a maioria deles, como Castle Crashers e Dragon’s Crown, pegam muito de RPG. Zombie Vikings é mais puro, totalmente roots. Não se preocupe com coisas como subir de nível ou upgrades. O máximo de customização que ele permite é a compra de armas com efeitos diferentes e runas (habilidades passivas). E uma vez que um item é comprado, ele fica disponível para todos os personagens.

Como não há level up, é possível que você jogue cada fase com um personagem diferente, tornando o jogo bem mais variado do que Castle Crashers, onde muito provavelmente você só jogou com um dos cavaleiros (o meu é o vermelho). Há quatro personagens para se escolher no início, mas a versão de Xbox One tem vários outros que são destravados ao longo da história, inclusive alguns que foram vendidos como DLC nas outras versões e que talvez sejam conhecidos de outros jogos.

ZOINK

Zombie Vikings é desenvolvido pela Zoink Games, que fez anteriormente o divertido Stick it to the Man. Do jogo anterior, ela não pega apenas o protagonista Ray, que é um zumbi jogável por aqui. O visual cartunesco e cheio de estilo é diretamente herdado da aventura anterior, assim como o humor afiado.

Pois é, para um beat’em up cooperativo, há uma quantidade absurda de história por aqui. As cutscenes são muitas e são longas. Elas são também muito engraçadas e legendadas em português, mas se você estiver jogando em galera, provavelmente não vai prestar muita atenção nelas.

Embora seja possível jogar sozinho, há muitos achievements, desafios e side quests que só podem ser completados com mais jogadores, então se programe para jogar duas vezes. Uma em turminha para curtir o gameplay em conjunto e uma sozinho para curtir a história, as músicas e as piadas.

Dá para jogar com amigos online ou no sofá, mas infelizmente o jogo não arranja amigos de dose única aleatórios. Pois é, por algum motivo, não existe matchmaking, então ou você joga com camaradas que também têm o jogo, ou chama uma galera para jogar na sua casa. Nada de fazer novos amigos do outro lado do mundo.

LINEARIDADE FTW!

O jogo é bem linear e segue a linha de Castle Crashers, com um mapa que vai abrindo uma fase por vez. Dentro da maioria dessas fases há side quests, que envolvem encontrar um item ou cumprir um desafio específico. Alguns são tranquilos, enquanto outros envolvem mais de um jogador ou que alguém esteja controlando um personagem específico, e isso é um tanto chatinho. Você pode estar se divertindo com o Raybjörn e daí encontrar uma missão que exige o Seagurd para ser completada.

Embora o jogo seja bem divertido na maior parte do tempo, há alguns inimigos que são simplesmente muito mal planejados. Um deles, por exemplo, é um cavaleiro enorme que só leva dano se você atacar a cabeça dele, o que não é fácil, já que o pulo dos personagens não vai tão alto. Em algumas fases, você é acompanhado de um porquinho que possibilita um pulo mais alto, permitindo um ataque direto, mas se não tiver porquinho, você fica limitado a devolver bombas e acertá-las direitinho na cabeça. Há outros inimigos menos intuitivos, mas depois que você descobre como vencê-los, eles não são mais um problema, ao contrário deste cavaleiro que é sempre chato.

Por outro lado, há momentos que são simplesmente geniais. Por exemplo, há uma fase em que você encontra uma menininha gigante que quer brincar com você. Ela usa uma princesinha de madeira do seu tamanho e vai narrando as aventuras enquanto você vai jogando. É muito simpático.

Infelizmente, há também alguns bugs bem chatos. Mais de uma vez, meu personagem ficou travado e torto. Eu conseguia atacar, mas ele andava sem animações, o que incomodava bastante. Em outras vezes, minha energia simplesmente parou de diminuir. Achei que tinha ficado invencível por algum motivo, até que morri, mesmo estando com o life aparentemente cheio.

Os bugs mais from hell que encontrei, no entanto, é quando a câmera anda deixando o personagem para trás ou eu ficava preso em alguma parte do cenário sem conseguir sair. Rolou até de um carinha da sidequest que deveria me seguir ficar parado. Isso se tornou um problema bem comum perto do final. Em uma fase específica, eu tive que reiniciar umas três ou quatro vezes até o jogo finalmente resolver que eu podia chegar ao final.

MIOLOS EM VALHALLA

Zombie Vikings faz muitas coisas certinho. Seu visual e seu humor são nota 10, mas ele tem alguns problemas técnicos e de design que o impedem de ser tudo o que poderia ser. Ainda assim, vale a compra para todos os fãs de jogos old-school, especialmente para fãs de Turtles in Time e de Castle Crashers.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
zombie-vikingsAno: 2015 (PC e PS4) e 2017 (Xbox One)<br> Plataforma: PC, PS4 e Xbox One<br> Fabricante: Zoink Games<br> Versao: Xbox One<br> Distribuidor: Zoink Games<br>