Eu lembro bem quando o Virgin Steele começou a fazer sucesso por essas bandas e meus amigos começaram a comprar os CDs deles. Como todo adolescente sedento por novas bandas, logo dei um jeito de ouvir e constatei que o vocal de David DeFeis não me agradava. Alguns anos depois, saiu a ópera Avantasia, onde o cara cantava em algumas músicas e, nesse caso, achei ele muito bom mesmo, a ponto que, desde então, fiquei com vontade de ouvir novamente sua banda principal para ver se eu não mudava de idéia.
Mais alguns anos se passaram e a gravadora Dynamo envia, no seu primeiro pacote para o DELFOS, justamente o mais recente do Virgin Steele, Visions of Eden. Coloquei na hora para ouvir e cheguei à seguinte conclusão: o vocal do cara está realmente mais legal no Avantasia do que na sua banda, pois enquanto na Metal Opera, ele dá vários gritos e coisas do tipo, aqui ele parece mais contido, o que deixa sua forma de cantar mais genérica. De qualquer forma, dessa vez eu gostei da voz dele. Só que infelizmente o disco tem outros problemas.
O estilo da banda é bem semelhante ao que faz o Manowar mas, ao contrário da banda que toca de cuecas no melhor estilo “This is Sparta!”, o Virgin Steele se leva a sério. Muito a sério. E isso definitivamente não combina com o estilo adotado. As músicas são todas longas (uma média de 7 a 8 minutos, mas algumas beiram os 10) e boa parte delas, especialmente na segunda metade do CD, são deveras lentas e arrastadas.
Para completar, este é um CD conceitual que visa tratar do interessantíssimo tema do Jardim do Éden, mas ao invés de falar sobre o assunto da forma que ele merece, em muitos pontos as letras caem para versos simplesmente infantis, como neste trecho de Black Light on Black: “Fuck you, Adam, fuck you, Eve / Fuck your God and his infernal seed / Fuck your children poison seed”.
Dados todos esses motivos, eu definitivamente não recomendo esse CD, mas como sempre existe a possibilidade de você discordar de mim, você pode comprá-lo aqui.