O diretor Jean-Pierre Jeunet é bastante lembrado pelos nerds graças ao seu extremamente fofo O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Muitos não lembram que ele também dirigiu o não tão bem recebido Alien: Ressurreição. Uma Viagem Extraordinária está bem mais próximo de Amélie do que do monstro espacial.
Aqui conhecemos T. S. (Kyle Catlett), um jovem de 10 anos com bastante interesse em ciência. Não apenas interesse, mas também muito talento. Para você ter uma ideia, ele até inventou uma máquina de perpétuo movimento. Ok, não perpétuo, mas por 400 anos, o que já é mais do que os cientistas barbados conseguiram fazer.
Logo que o filme começa, ele recebe uma ligação do Smithsonian dizendo que ele vai receber um prestigiado prêmio pela máquina supracitada. O problema é que ele finge ao telefone que foi seu pai que inventou, e diz que não vai poder comparecer à premiação porque estará na escola. Ele não tarda a mudar de ideia, e então foge de casa rumo a uma aventura para atravessar os EUA e ir até o museu.
Ao longo desta aventura, ele vai se meter em confusões e conhecer pessoas interessantes. Uma Viagem Extraordinária, sem dúvida, embora não faça nenhum sentido ele ter decidido fugir de casa sendo que poderia ter simplesmente pedido para seus pais o levarem. Afinal, ele está recebendo uma grande honra.
Este é o principal problema do filme, então se você for capaz de ignorar essa atitude, vai curtir muito mais. E tem bastante a curtir aqui. Este é um longa bastante charmoso, com aquele mesmo delicioso gostinho de infância de Amélie Poulain. Visualmente, é belíssimo, com cores saturadas e alto contraste, além de uma trilha sonora simplesmente linda, com emocionantes melodias levadas ao violão e violinos, deixando tudo ainda mais emotivo.
Além de Amélie Poulain, ele também me lembrou o mais desconhecido, mas também tremendão Vitus, especialmente pelo fato de o protagonista ser um moleque genial. Em comparação com o filme suíço, no entanto, Uma Viagem Extraordinária é mais leve, mais descompromissado, e mais divertido.
Temos aqui um daqueles filmes altamente recomendados para assistir abraçadinho com a patroa num sábado à tarde. Não chega a ser tão bom quanto Amélie, mas se você gosta deste estilo, é imperdível.
