Tomb Raider: Legend

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Desde seu surgimento, em 1996, Tomb Raider vinha decaindo. O segundo jogo da série, nomeado simplesmente Tomb Raider II, por incrível que pareça, foi, na opinião de muitos, o auge da heroína mais sexy do mundo dos games. A partir do terceiro jogo, a guria vinha mal. Arrisco dizer que a série só foi salva por conta dos dois filmes interpretados pela Angelina Jolie. Mas não estou aqui para falar da história da moça, o meu objetivo é elogiar o corpo reformulado de Lara Croft. Ah, e também resenhar o seu novo jogo: Tomb Raider: Legend.

Lara (para os íntimos) foi totalmente reformulada. Agora temos uma heroína mais elegante e bastante fiel à atriz Karima Abedibe, atual modelo da Srta. Croft. Além disso, os atributos físicos característicos da nossa amiga ainda existem e acredite, eu reparei. O guarda-roupa dela é bem diversificado, indo de um casaco de neve a um vestido de noite que, numa cena bem interessante, é rasgado para dar mais mobilidade à musa.

Outra coisa que foi modificada foram os controles, agora muito mais simples. Eles permitem uma jogabilidade mais confortável, tanto fisicamente quanto visualmente. Isso mesmo, Lara Croft aboliu os movimentos travados e está muito mais ágil e solta. Os movimentos não se expandiram à Matrix, por isso não espere andar pelas paredes ou dar chutes no estilo Karatê Kid. Os movimentos se limitam a correr, pular, nadar, subir em postes, dar uma de Tarzan e etc. Preste atenção às animações, algumas delas são interativas e exigem o apertar de botões para que a próxima expedição da heroína não seja para o outro mundo. Nessas animações, os movimentos são bem diversos e são uma diversão a mais. Os veículos também são bem legais, principalmente a moto. Claro que não é nenhum simulador de corrida, mas é divertidinho e leva a moça de um canto a outro.

A história desta nova aventura é cheia de revelações, pois tem bastantes ligações com o passado de Lara (que vemos e até jogamos em flashbacks). Alguns eventos trágicos serão revistos. Amanda, antiga melhor amiga da Srta. Croft é agora a principal inimiga nessa busca por alguns fragmentos de um antigo artefato espalhado pelas várias partes do mundo, o que obriga Lara a viajar muito, desde a Bolívia ao Peru, do Japão ao Kazaquistão, do Gana ao Nepal, e claro, passando pela Inglaterra.

Uma das coisas mais legais é a volta da Mansão Croft, um nível bônus com piscina, campo de treino e muitos segredos. Explorar a fundo os confins da mansão é desafiador e nas câmaras e galerias secretas podemos achar acessórios úteis à exploração dos cenários do jogo. Os puzzles são bem inteligentes e podem gastar alguns neurônios. Para ajudar, Lara Croft carrega binóculos que ajudam a analisar o cenário, alem de darem visão além do alcance. Ela ainda tem lanternas e o tradicional kit médico, que são acionados pelo direcional digital, assim como as armas.

O combate está muito bom. Armas maiores e granadas são usadas, além de alguns golpes corporais. Ela até dá “carrinhos” em seus inimigos. O sistema de mira também impressiona já que, alem de travar nos inimigos, algumas partes do cenário reagem aos tiros. Falando em cenários, Tomb Raider: Legend é um tour virtual pelos diversos sítios arqueológicos do jogo. O empenho da produtora é visível e as cavernas, por exemplo, possuem formatos variáveis e superfícies irregulares. Outra coisa interessante é que, ao sair da água, Lara apresenta um visual “molhado”, deixando até pegadas para trás. Chique não?

Tirando alguns desses detalhes, o gráfico deixa a desejar. Está claro que todo o potencial do console foi utilizado, mas, apesar da água bem real e explosões que não alteram os quadros por segundo, os gráficos não se comparam aos utilizados no Prince of Persia: Sands Of Time, por exemplo.

O destaque maior fica para a incrível dublagem. A atriz Keeley Hawes emprestou seu sotaque inglês para a heroína e conseguiu passar todas as emoções, fielmente representadas, para a musa dos jogos. Durante o decorrer do troço, a moça fica, através de um intercomunicador, em contato com Alistar e Zip, seus companheiros da inteligência, que estão ali para dar informações valiosas e diálogos humorísticos. Os outros sons, como explosões, tiros, desabamentos e etc, também são bem representados e dão um quê a mais ao jogo.

Tomb Raider: Legend é realmente a volta às origens. Um jogo que merece um lugar na sua prateleira. Não é inovador, mas traz belos cenários, liberdade de movimento e um bom enredo. Os fãs da série ficarão felizes em ver que suas vontades foram cumpridas. Pelo menos a maioria delas, já que o famoso “nude-code” não estará disponível para esse jogo. Malditos pusilânimes!

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
tomb-raider-legendAno: 2006<br> Gênero: Ação/Aventura<br> Plataforma: PS2, X-Box, X360 e PC.<br> Fabricante: Crystal Dynamics<br> Versao: PS2<br> Distribuidor: Eidos<br>