Tom Clancy’s Rainbow Six Siege

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Estou em um canto atrás de um escudo e olhando para a única porta de acesso ao local. Ouço um barulhinho, olho para o chão e vejo um pequeno drone. Claro, com um tiro bem colocado, ele já era e eu volto a me sentir seguro. Apenas alguns segundos depois, a parede atrás de mim explode e eu estou fora da partida até o próximo round.

Isso é Rainbow Six Siege, o novo shooter competitivo online da Ubisoft, que está sendo lançado neste final de ano tendo Star Wars Battlefront, outro retorno de uma série há muito inativa, como principal concorrente pela jogatina online da turminha.

MULTIPLAYER TÁTICO

Como os fãs já sabem, o que diferencia Rainbow Six de outros shooters com ênfase no online, como Call of Duty, é seu alto grau de realismo e a alta importância que ele dá à tática. Ou seja, ter um time azeitado no jogo é tão importante como no seu trabalho de gente grande e, assim como no seu trabalho, não há espaço para competição e para assédio sexual.

As batalhas são todas em time. Não dá para recuperar a energia e nem para ressuscitar. Morreu, bau, bau. Te vejo no próximo round. Isso obriga a jogar com cuidado e com inteligência.

É uma coisa linda ver os bons jogadores mandando ver em Rainbow Six. Os caras usam um monte de habilidades para encontrar o time adversário, fazem pequenos buracos em móveis e paredes e atacam através deles. É de tirar lágrimas, e é totalmente o oposto de como eu jogo.

Se eu já tomo um coro cabeludo em shooters online mais diretos, como o próprio Battlefront, imagina em um no qual minha atitude Rambo é duramente punida. Minhas partidas por aqui normalmente envolviam meu assassinato em poucos segundos e depois muito tempo de espera até o próximo round, no qual eu era novamente baleado sem cerimônias.

Eu até tentava ser mais tático, mas isso normalmente envolvia escolher um lugar e ficar esperando o time de ataque aparecer. E sabe como é, esperar não é muito minha praia.

Os times são divididos entre ataque e defesa, e se alternam nessas posições a cada round. O time de defesa tem alguns segundos para fortificar uma posição enquanto o outro ao mesmo tempo usa drones para tentar encontrar o objetivo. Quando o tempo acaba, vem a fase da ação, no qual os atacantes têm que cumprir o objetivo e os defensores, claro, têm que impedir isso de acontecer.

Não há muitos modos de jogo diferentes, e todos acabam dando na mesma. Há um modo que envolve um refém, outro que envolve uma posição no mapa e por fim um relacionado a uma bomba. Na prática, no entanto, a partida parece sempre terminar quando todos os jogadores de um dos times morrem ou quando o tempo acaba (neste caso os defensores vencem) e o objetivo da partida acaba sendo meio irrelevante.

Isso não significa que as partidas não são divertidas, especialmente para jogadores que curtem mais o lado estratégico do que o lado pipocos pra todo lado da força. Não tem nem um modo que seja simplesmente o tradicional team deathmatch.

COOPERATIVO DIVERTIDO

Mais legal que o competitivo, para mim, foi o cooperativo. Neste modo de jogo, os objetivos acabam sendo os mesmos. Há a opção de proteger ou salvar o refém, desarmar a bomba ou simplesmente matar todos os inimigos do cenário. Cumpra o objetivo ou morra e seu time vai para outra partida.

O delfonauta sabe que eu gosto mais de coop do que de competitivo, e o modo coop de Rainbow Six chegou a me lembrar um pouco o divertido Helldivers. Eu sei, pode parecer não fazer sentido. Afinal, Helldivers é um twin-stick shooter e não tem nada de sério ou de realista.

Ainda assim, ambos exigem que o time trabalhe bem em conjunto e não fique de competições mesquinhas. Aliás, é comum se você está jogando com desconhecidos os caras entrarem na frente para tentar matar mais ou então até atirar nos coleguinhas, suponho que sem querer querendo.

Assim, tanto o coop quanto o competitivo devem ficar muito melhores caso você tenha cinco amigos que também comprem o jogo e consigam conciliar agendas para jogar junto. Eu sei, é uma tarefa quase impossível se você já é um jovem adulto, mas a diversão ao jogar com amigos decuplica.

UM SINGLE PLAYER QUASE INEXISTENTE

Tem um single player por aqui que coloca o jogador em várias situações semelhantes às que serão encontradas no multiplayer. São 11 situações que são basicamente tutoriais para o jogo real que você vai encontrar no online. É uma pena que optaram por não incluir uma campanha propriamente dita, pois ela poderia ser bem interessante, e talvez até rivalizar com um Metal Gear no seu apelo tático.

SEIS ARCO-ÍRIS

Assim como falei na resenha de Star Wars Battlefront, este é um jogo com um público-alvo bem específico. Público do qual eu admito que não faço parte. Multiplayer competitivo não é para mim, e mesmo dentro do gênero, o jeitão mais descompromissado de Battlefront me agrada bem mais.

Ainda assim, é facilmente perceptível quão única e divertida a jogatina de Rainbow Six Siege pode ser para aqueles dispostos a encará-la. O que mais me preocupa é que, como um jogo que tem APENAS multiplayer, ele tem poucos mapas e modos de jogo, e mesmo dentre os modos disponíveis, não há muita variação, o que pode fazer os fãs enjoarem relativamente rápido, e se não tiver gente jogando, o jogo morre.

É um aspecto que Star Wars Battlefront acaba ganhando pontos, pois tem três vezes mais modalidades. Claro que, se você é um jogador multiplayer, seu foco não deve ser nessa variedade, e sim se você prefere algo mais focado na ação ou na estratégia. Se estratégia é mais a sua praia, nenhum outro jogo da atualidade dá a mesma experiência de Rainbow Six Siege.

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
tom-clancys-rainbow-six-siegeAno: 2015<br> Gênero: FPS multiplayer altamente tático<br> Plataforma: PS4, Xbox One e PC<br> Fabricante: Ubisoft Montreal<br> Versao: PS4<br> Distribuidor: Ubisoft<br>