O mundo dos dragões, tempestades e couro presenciaram um grande baque em 2005. Tarja Turunen era demitida da trupe finlandesa Nightwish, depois da gravação de um DVD na bem-sucedida turnê do álbum Once. Após nove anos, o tecladista, Tuomas Holopainen, entregou uma carta com os motivos da demissão para a moça e ainda disponibilizou-a para todos os fãs.
Muito se pensou sobre o futuro da branquela. Após o lançamento em 2006 de Henkäys Ikuisuudesta, um álbum de Natal, e de inúmeras participações em óperas e programas de televisão, a finlandesa “renasceu das cinzas” com My Winter Storm.
Mas vamos ao que interessa. A introdução Ite, Missa Est é realmente desnecessária e abre para I Walk Alone, uma música que parece vir de uma caixinha-de-música (com acordes em homenagem a Réquiem, de Mozart) com uma banda de Metal dentro. Depois vem Lost Northern Star, com suas 3256985º linhas vocais, uma vez que Tarja teve que gravar e regravar (e gravar de novo) as linhas já que não estava satisfeita. Seeking For The Reign é outra introdução desnecessária, desta vez para The Reign, uma música que transborda emoção, possui alguns batuques de tambor e transporta o ouvinte à atmosfera do álbum. Logo em seguida, vem a outra introdução (dessa vez até necessária) The Escape Of The Doll, abrindo para My Little Phoenix, uma música que possui “tecladinhos” cativantes e a que mais representa o álbum, com doses certas de Tarja e banda. A música teve seus teclados influenciados pela trilha sonora do filme O Chamado.
Depois (de acordo com a versão deluxe) vem a mais comercial do álbum, Die Alive. Mas não se deixe enganar: é uma música com ótimo refrão, peso na medida certa e uma voz arrastada de Tarja. Depois vem Boy And The Ghost, com corais fortes, bastante peso e letra que parece saída de algum álbum de natal. Sing For Me e Oasis são as próximas (esta última cantada em filandês), ambas lerdíssimas, sendo que a primeira dá uma boa levantada para cair no miasma depressivo.
Depois tudo se levanta de novo com o cover que a finlandesa gravou de Alice Cooper: a extrema Poison. Com seus backing vocals da tecladista Maria Ilmoniemi, guitarras poderosas e participação do (desempregado) irmão da cantora, Toni Turunen, Poison faz jus ao nome que carrega por ser um dos hits da tia Alice. Depois tudo cai de novo no sentimentalismo com o trio Our Great Divide, Sunset e Damned And Divine, que não deviam estar juntas de forma alguma, pois são três baladas altamente depressivas e soporíferas.
Ainda tem a esquisita Ciarán’s Well, em que Tarjinha mostra que ainda tem peso pra caramba: baterias e guitarras pesadíssimas. O estranho mesmo são as letras confusas e a voz da finlandesa que parece ter saído do eco de uma montanha. Depois, para fechar o álbum, a “bonitinha” Minor Heaven e a acústica Calling Grace. Só a voz que combina bem com a “Chamando Graça”. Na edição de luxo, ainda tem um remix de I Walk Alone feita pela banda In Extremo e a The Seer, que combina com música de novela.
Quem diria… A ex-musa do Nightwish conseguiu mais um feito totalmente incrível: superar a demissão e continuar sua carreira. Tomara que continue com sua bela voz e trabalhos muito bons.