E mais um delicioso plataforma 2D está disponível para os fãs. O de hoje é Splasher que, como manda a tradição, é colorido, rápido e muito divertido. Não vai demorar para você ver semelhanças entre Splasher e o fantástico Rayman Legends, e não é à toa.
Este é um projeto de Romain Claude, que foi game designer e level designer na Ubisoft. Adivinha no que ele trabalhou? Pois é, justamente em Rayman Origins e Rayman Legends. Tem até uma fase aqui que chama, veja só, Ray Man Origins.
PINTA, GRUDA E QUICA
O gameplay é focado em tintas. A tinta vermelha é grudenta, e permite imobilizar inimigos ou andar em paredes e telhados. A tinta amarela quica, jogando você em superpulos ou afastando inimigos. Por fim, há a água, que limpa qualquer tinta.
No início do jogo, você tem uma arminha que atira água, mas as tintas vermelhas e amarelas já estão no cenário, ajudando você a ver o caminho que deve seguir. Conforme avança no jogo, e vai ficando mais profissa, você vai pegar upgrades que permitem que você atire cada uma das tintas. Ou seja, o caminho para prosseguir estará nas suas mãos.
Essa história de tintas e mesmo o level design e a evolução das fases lembra também o excelente Portal 2. Não estranharia também se você visse semelhanças com Super Meat Boy, embora este não seja tão difícil nem tão hardcore. A coisa fica consideravelmente mais complicada cada vez que você libera uma tinta nova, mas o jogo nunca parece difícil demais.
Sim, há desafio aqui, mas o level design segue aquela linha que eu sempre falo em jogos de plataforma: cada fase é um playground para você explorar e se divertir, não para ficar batendo a cabeça na parede em frustração. Com o tempo, você vai atirar tinta amarela abaixo dos seus pés, dar um pulo enorme e atirar a vermelha na parede para grudar nela. Não esqueça de soltar um “hell, yeah” empolgado a cada pulo complicado que você tirar de letra.
O único porém que colocaria neste aspecto é que os checkpoints não são tão frequentes, às vezes exigindo repetição de longos trechos. O pior é que a parte mais difícil costuma estar logo antes de um checkpoint, então é comum você morrer com o ponto de controle, tipo, logo ali, meu.
RAIO-HOMEM
Agora quer saber porque ele lembra Rayman? Além do gameplay rapidinho, é principalmente porque os objetivos nas fases são os mesmos. Você deve salvar bonequinhos que estão presos ao longo da fase, além de pegar 700 pontos de tinta, o que permite salvar o bonequinho final.
Há também zonas de quarentena, áreas em que você entra em um portal e deve completar um pequeno desafio para salvar um boneco. Estas são as partes mais desafiadoras do jogo, mas felizmente elas não precisam ser completadas de novo caso você morra antes do próximo checkpoint.
O que deixa tudo tão bom é o level design que é simplesmente excepcional. Eu avançava nas fases com um sorrisão no rosto, constantemente exclamando algo como “cara, olha isso que legal”.
Não só isso, as fases estão constantemente apresentando novidades nas mecânicas. Além das tintas, há laser, vento, fontes de água que te jogam para cima… o jogo é muito variado e se dá bem em tudo que propõe.
A única coisa que me incomodou realmente foi o som. As músicas não são muito legais, e quando você morre há um som de disco riscado que não é nem um pouco agradável. Este é definitivamente um jogo para se olhar e jogar, mas não para se ouvir.
SPLASHER
É uma pena que, sendo um jogo tão legal, ele seja também tão curtinho. Suas 22 fases podem ser completadas em poucas horas. Depois disso, há time attack se você gosta de speed runs, mas isso não é muito minha praia.
Por outro lado, apesar de curto, ele não é caro, especialmente se você considerar que pouco tempo atrás foi lançado Rayman Legends para o Switch a preço cheio. Rayman tem bem mais fases, e dura muito mais do que Splasher, mas é também bem mais caro. Para o que Splasher oferece, seu preço é bastante justo e, como tal, se você curte joguinhos de plataforma, faça um favor a si mesmo e dê um jeito de jogar.