É sempre difícil e, ao mesmo tempo, prazeroso, escrever sobre uma banda da qual você é fã. E o Sodom, para mim, é um desses casos. Eles estão na estrada desde o início dos anos 80 e se caracterizaram por fazer uma carreira sólida e sempre fiel ao Thrash Metal.
Sem querer parecer saudosista, mas já sendo, é com desconfiança que ouço discos recentes de bandas consagradas, graças a álbuns questionáveis como Dance of Death (Iron Maiden) e o fraco St. Anger (Metallica). Contrariando esta minha desconfiança, o Sodom vem de dois clássicos do Thrash Metal, Code Red (1999) e M-16 (2001). Agora, após cinco anos, eles estão de volta.
O álbum, por ser intitulado apenas Sodom, pode dar a impressão de falta de criatividade, mas, para outros, esta palavra resume bem a proposta da banda, que se mostra em plena forma, trazendo o som direto e cheio de energia já conhecido e admirado pelos fãs. Este disco também traz a inclusão de passagens mais modernas dentro das músicas, que podem não agradar aos mais conservadores, mas que tornam o som interessante sem abrir mão do peso e agressividade de sempre.
Sodom tem seu início com a matadora Blood on Your Lips, que traz um começo cadenciado que logo some, com a entrada de uma bateria agressiva que, juntamente com a guitarra, lembram uma metralhadora. Uma excelente abertura. Wanted Dead é o próximo petardo e se trata da música mais veloz e mais pesada do disco. Sem sombra de dúvidas, um dos grandes destaques. Buried in The Justice Ground é uma das músicas mais cadenciadas e que melhor demonstra um certo lado experimental do disco. É a que menos chama atenção.
Bibles and Guns traz uma das melhores linhas de bateria do disco feita por Bobby Schottkowski e um refrão marcante, que quando você menos espera acaba cantando junto. Axis of Evil, música de apelo político que também traz partes mais cadenciadas, inclusive trazendo Tom Angelripper fazendo vocal limpo. No Captors apresenta um dos melhores solos de Bernemann durante o disco, mostrando uma guitarra com muito feeling. Lay Down The Law vai agradar aos fãs pela intensidade que possui em todo seu andamento. Nothing To Regret é mais uma com a cara do Sodom, muito veloz, pesada e soltando ódio para todos os lados.
The Enemy Inside é uma das que melhor representam o disco e mostra a banda apostando em novas características sem perder a identidade. Mas os grandes destaques do disco ficam por conta de City of Gods e Lords of Depravity. A primeira possui uma das melhores linhas de guitarra, com um solo tendendo mais pro lado melódico, um grande refrão e toda violência de sempre. A segunda é a mais Sodom de todas. Agressiva, pesada, depravada, veloz, enfim. Resumo esta música simplesmente com uma palavra: Sodom.
Após a longa espera por mais um disco de estúdio, encontramos uma banda que não ficou parada no tempo, continua evoluindo e buscando novos caminhos sem perder suas principais características. Sodom não chega a ser um clássico como seus dois antecessores ou o Persecution Mania (1987), mas mostra que, mesmo após tanto tempo, continua fazendo música da melhor qualidade.