Socorros Delfianos – Rezek no albergue do Torquemada

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Nota do Corrales: Recebi este texto por e-mail no dia 31 de julho e o coloquei aqui assim que foi humanamente possível. Declaro que todos os delfianos estão sacrificando seus bodes para salvar a vida do Rezek. Ou ao menos a sua alma.

Caros delfianos, isto é um pedido de socorro que faço publicamente para que os delfonautas também fiquem sabendo do que está se passando. Estou escrevendo este texto no dia dezenove de julho e coincidentemente são dezenove horas na Eslováquia, ou seja, duas da tarde no Brasil, horário no qual deve estar acontecendo o encontro delfiano. Tenho sangue em minhas mãos neste momento e infelizmente não são de bode, mas do ricaço que tentou me assassinar.

Sei que é bizarro o fato de eu estar com acesso à Internet aqui neste local em que fui aprisionado, mas tive sorte de ter sido escolhido como vítima de um milionário nerd, no típico estilo “Bill Gates”, que me torturava aos poucos enquanto conversava com alguém no Messenger de seu laptop. De repente, o bate-papo do velhote ficou mais interessante do que a tortura e eu, ainda não muito machucado, tive tempo para me livrar das amarras e destruí-lo. Tudo sem estragar o notebook, claro, senão não teria como mandar este texto por e-mail, via Wi-fi eslovaquiano. Acho que estou sendo confuso e, para que você, delfonauta, me entenda melhor, vou começar do princípio.

Como todos já sabem, sou praticamente um fanático por filmes de amor. Por isso, alguns dias atrás, eu estava em Viena tirando fotos em alguns lugares pelos quais o Ethan Hawke e a Julie Delpy passaram no decorrer daquele que é um dos filmes românticos preferidos do Corrales, no qual o cara conhece a bonitinha em um trem que acaba parando por lá e eles decidem visitar a cidade e, porque não, também dar uma namorada na capital austríaca. Pois bem, numa noite, ao voltar das andanças turísticas, inexplicavelmente, recebi por intermédio do recepcionista do hotel um envelope que continha um convite.

Não me recordo mais das exatas palavras do pedaço de papel, mas dizia algo como: você acaba de ganhar uma hospedagem de graça em Bratislava, com direito a bebidas grátis. A primeira parte do convite não me interessava muito, afinal a capital da Eslováquia não tinha o charme romântico de Viena, mas confesso que o fato de ser open bar me deixou deveras interessado.

Já que sempre considerei bebidas de graça algo quase tão bom como o bacon e as ruivas, decidi pegar o trem para Bratislava, cidade esta que, se você quiser conferir no Google Earth, é realmente muito próxima de Viena. Foi o tempo de eu fazer um lanchinho no trem – que infelizmente não tinha nada com bacon e nem a Julie Delpy – e já estava na Eslováquia.

Como não sou tão estúpido assim, é claro que eu sabia que Bratislava é o local em que se passa o filme mais repleto de cenas grotescas de todos os tempos, o infame O Albergue. Obviamente, não podia ter esquecido disso, afinal, participei da entrevista coletiva com o diretor desta carnificina, como vocês podem conferir no link.

O fato é que o Eli Roth afirmou mais de uma vez durante a entrevista que O Albergue na verdade foi filmado em Praga, na República Tcheca e que a verdadeira Bratislava era bem pacífica e em nada se parecia com a cidade retratada no filme. Isso, de certo modo, me deu mais coragem para ficar alguns dias nesse tal “albergue open bar” e algo que eu nunca poderia sequer imaginar é que terminaria meus dias em um lugar como este em que estou agora.

Ao sair da estação de trem, me deparei com uma bela moça que viera me buscar em uma charrete e cheguei ao tal hostel feliz da vida, já sendo recebido com certa festividade por pessoas bonitas e várias bebidas alcoólicas. Lembro-me de ter bebido umas duas ou três taças de vinho, naquele esquema de inalação que o Homero costuma fazer com os milk-shakes e, de repente, apaguei legal ainda na recepção do lugar.

Não tive tempo nem de ver meu quarto, pô! Uma injustiça realmente! Nem mesmo aproveitei as ruivas e muito menos o bacon! Ao menos os personagens do albergue tiveram uma certa tolerância temporal para curtirem um pouco antes de serem cruelmente assassinados. É por isso que falam que certas coisas só acontecem nos filmes.

Para resumir a história e não entrar em detalhes sobre a minha tortura envolvendo ácidos, que praticamente reduziram o meu nariz à metade – coisa que até me deixou um pouco mais parecido com o meu ídolo de infância Michael Jackson – no fim das contas eu acordei num quarto repleto de objetos metálicos estranhos e um velho magrelo e com óculos de fundo de garrafa começou a me torturar.

Se o cara não fosse tão nerd a ponto de passar alguns preciosos minutos no bate-papo do Messenger, no meio da tortura, certamente teria me matado. Como eu tive tempo de me livrar das amarras, estas sim mais fáceis de se desvencilhar do que as correntes que aprisionavam os personagens do Albergue, terminei por apagar o velhinho antes que ele pudesse reagir.

Agora me despeço de você, delfonauta, depois de perder meu tempo escrevendo isso como um pedido de socorro para os delfianos (pois estou certo de que eles não poderão me ajudar), enquanto poderia ter feito coisa melhor, como pensar em uma saída. Definitivamente não é à toa que também fiz parte da equipe deste site. O Corrales, de fato, escolheu a dedo os integrantes nerds do Delfos e, pelo jeito, terá que arrumar um substituto para mim. Vou ficando por aqui e o meu destino é bem simples: se você voltar a ter notícias minhas, é porque consegui escapar. Caso contrário, morri.

Para ilustrar melhor esta minha experiência, ilustram este texto algumas fotos que tirei antes de acordar amarrado aqui neste local imundo. Deixo ainda uma dúvida para que delfianos e delfonautas possam pensar a respeito: por que será que tudo isso me aconteceu justo no dia do encontro delfiano? Sinto cheiro de Torquemada.

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