Serious Sam – The Second Encounter

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Serious Sam: The First Encounter, lançado em 2001, é um dos jogos de tiro em primeira pessoa mais divertidos que eu já tive o prazer de jogar. Ao invés de colocar a dificuldade do jogo em labirintos intermináveis, em pegar chaves e em todos esses clichês de jogos do gênero, Serious Sam concentra toda sua dificuldade (e sua diversão) na ação. E coloca ação nisso. De tempos em tempos, o jogador vai se ver em um campo aberto cercado por centenas de monstros, lutando por sua vida de modo que é simplesmente impossível dar um tiro sem matar ninguém, tal a quantidade de inimigos que vêm de todas as direções. Tudo isso encabeçado por um personagem canastrão com uma personalidade que lembra (e muito) o Duke Nukem e um humor escrachado que deixa impossível não se divertir.

The Second Encounter continua essa tradição. Aliás, o jogo é tão parecido com a primeira versão que parece mais um pacote de expansão do que um novo jogo propriamente dito. Não que isso seja ruim, já que tem tudo que se podia esperar. As carnificinas continuam lá, os gráficos continuam espetaculares (e olha que esse jogo foi lançado há 2 anos) e o humor continua presente. É simplesmente impossível não sorrir quando se encontra o kamikaze pela primeira vez.

Algumas melhoras também foram feitas. Enquanto o “Primeiro Encontro” era completamente focado no antigo Egito, esta continuação apresenta maior variação, embora todos os locais ainda sejam igualmente interessantes. Saca só por onde você vai passar: o jogo começa na América Central, onde você vai tentar descobrir o segredo dos Maias. Depois disso, você pega um portal para a Babilônia para procurar a Torre de Babel. O jogo termina na Europa Oriental medieval, onde seu objetivo será encontrar o Cálice Sagrado. Além dos novos cenários, ainda foram criados novos inimigos e novas armas (entre elas a famigerada serra elétrica).

Por outro lado, nem tudo são rosas (ou sangue) nesta parte 2. O pior problema é, sem dúvida, o tamanho das fases: são absurdamente grandes. Na maior parte delas, você vai ficar por mais de uma hora jogando até chegar no final, tornando o jogo um pouco enjoativo e causando aquela sensação de “não acaba nunca”. As músicas também contribuem para essa sensação, já que são no geral tambores e coisas do gênero, definitivamente não empolgando o jogador. Outro problema grave: depois de encerrar cada uma das três partes do jogo (América, Babilônia e Europa), você perde todas as suas armas, tendo que pegar tudo de novo. O que passava pela cabeça dos criadores quando pensaram nisso? Será que eles acharam que os jogadores iriam exclamar com empolgação: “Puxa, que legal! Agora eu vou poder pegar todas as armas de novo!”? Duvido que alguém pense isso. Mais um senão: o inimigo mais comum do jogo é justamente um dos mais chatos – uma caveirinha que pula em cima de você. Não que seja difícil derrotá-la, é simplesmente… chato.

Felizmente, esses problemas não são o suficiente para destruir a absurda diversão que o jogo proporciona. Posso dizer, sem medo algum de errar, que a última fase – chamada The Grand Cathedral – é, absolutamente, a fase mais divertida que eu já joguei em qualquer título do gênero. Ela é composta de um caminho único, através do qual o protagonista tem que passar, com um único problema: este caminho está guardado por milhares (sim, milhares) de inimigos. Cabe ao jogador destruir cada um deles para chegar à batalha final. E se divertir muito no caminho, pois até a música dessa fase é legal.

Serious Sam é um dos melhores jogos do gênero. Simplesmente impossível não se divertir.

Serious Sam: The Second Encounter vem em um único CD e exige apenas 100 Mb para ser instalado. Existe também uma versão para Xbox, que traz os dois jogos de PC, intitulada apenas Serious Sam.