Running Wild – 20 Years in History

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Parece que foi ontem, mas já se vão 20 anos de carreira do Running Wild, uma das mais importantes e antigas bandas de Heavy Metal da Alemanha, e nada melhor para comemorar a data do que lançar uma coletânea em CD duplo abrangendo as principais músicas nos vinte anos de estrada.

Mas os piratas do Metal não se contentaram em lançar apenas uma coletânea simples. Seguindo os passos do mestre Kai Hansen (Gamma Ray, Ex-Helloween), eles praticamente revisaram a mixagem de todas as músicas e ainda regravaram alguns dos clássicos ou adicionaram novos instrumentos e passagens às gravações originais dando outra cara para a maioria dos clássicos do Running Wild. Tudo bem, é uma idéia legal, mas será que deu certo? Bom, a resposta é sim e não.

O Running Wild tem uma história interessante: no começo, a banda adotava uma postura bem Heavy Metal tradicional, porém tinha várias referências ao Black Metal com pentagramas no encarte e letras que chegavam a lembrar os bons tempos do Venom. A partir do Under Jolly Roger de 1987, eles adotaram temáticas voltadas totalmente à pirataria, como a busca incessante por tesouros nos sete mares e afins. Essa imagem acabou pegando de tal forma que a banda virou uma espécie de porta-voz dos admiradores e estudiosos do assunto. Logicamente, isso não seria possível também se não fossem pelas incríveis letras que realmente nos transportam para a época das grandes navegações.

Nesta coletânea, todos os grandes clássicos estão presentes, desde os mais antigos como Prowling Werewolf (que só tinha dado as caras em antigas demos e shows, mas nunca havia sido lançada oficialmente) e Genghis Khan de seu primeiro trabalho, intitulado Gates to Purgatory (1984), até a mais recente The Brotherhood do cd homônimo, lançado em 2002. Algumas das músicas remixadas realmente ganharam vida nova e estão com muito mais qualidade agora. Um grande exemplo é a Riding the Storm que, na versão original era bem suja e mal gravada e agora comparece em uma versão bem mais “limpa”, com todos os instrumentos bem audíveis.

Em algumas versões, no entanto, o tiro acabou saindo pela culatra e as músicas, de tão super produzidas, acabaram perdendo boa parte do seu punch. Para piorar, nosso amigo Rock´n´Rolf (vocalista, guitarrista e mentor da banda) resolveu inserir alguns solos, riffs e viradas a mais, fazendo com que clássicos indiscutíveis como Under Jolly Roger acabassem totalmente descaracterizados.

Quanto às regravações, os resultados também são bem diversos: Algumas versões ficaram bem legais ganhando uma nova vida, em especial no instrumental, já que os músicos da banda atualmente são muito mais técnicos do que os de antes, enquanto outras interpretações acabaram perdendo muito da influência Thrash dos anos 80 e acabaram ficando mais leves como, por exemplo, Mordor. Na versão original, Rolf canta com um tom de voz bem elevado e a música, apesar de não possuir um instrumental tão complexo, acabava soando bem pesada, mas na regravação nosso amigo pirata se limitou a apenas recitar os versos sem forçar a voz, deixando a música com cara de Hard Rock, ou mesmo chegando a lembrar o Blaze Bailey (sai, satanás) da época do X-Factor no Iron Maiden.

Se você é um fã de longa data do Running Wild, vá atrás deste álbum mais pela curiosidade de conhecer as novas versões. Mas se você ainda não teve o prazer de conhecer os Bucaneiros do Metal, prefira as versões originais para entender porque foi necessário que um estilo com o nome Power Metal fosse criado.

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