Me Preparando para o despertar da Força

0

É dificil pensar em alguma franquia tão apaixonante quanto Star Wars. Darth Vader, Yoda, sabres de luz e a força são elementos mais do que essenciais do imaginário nerd e atravessam gerações de fãs.

Estamos diante de um acontecimento histórico. Falta menos de um mês para a estreia do Episódio VII da saga. Batizado de O Despertar da Força, o longa dirigido pelo tremendão J.J. Abrams deverá cumprir a missão cruel de dar continuidade aos eventos da trilogia clássica.

Tomado pelo sentimento de ansiedade combinado com altas expectativas, acabei fazendo o óbvio e revi todos os filmes da Hexalogia. Acabei lembrando dos meus primeiros contatos com a franquia e resolvi compartilhar por aqui algumas das minhas impressões pós-maratona. E relembrar como toda a mitologia criada por George Lucas chegou à minha casa.

SUPER STAR WARS

O meu primeiro contato com Star Wars não foi com nenhum dos filmes. Há pouco tempo – na década de 90 para ser preciso – e em uma galáxia próxima, eu e um dos meus primos gastávamos boa parte do nosso tempo com um Super Nintendo. Um dos nossos jogos favoritos era justamente o Retorno de Jedi da série Super Star Wars. Nós não tínhamos ideia de que aquilo era um jogo baseado em um filme.

Coincidentemente, isso aconteceu na mesma época do lançamento da versão remasterizada do Retorno de Jedi nos cinemas. E o meu avô teve a bondade de me levar ao cinema para ver. É isso mesmo: o meu primeiro filme foi justamente a conclusão da saga. Logo depois, consegui ver Uma Nova Esperança e O Império Contra-Ataca e as coisas começaram a fazer mais sentido dentro daquela minha cabeça juvenil em um período próximo da estreia da “nova-velha” trilogia composta pelos Episódios I, II e III.

QUAL A MELHOR ORDEM PARA VER STAR WARS?

A internet é um poço de discussões inúteis e sem sentido. Mas o debate sobre qual a melhor ordem para ver os filmes tem ganhado os corações e mentes e é compatível com os anseios causados pela véspera de lançamento do Episódio VII. Muitas pessoas não estão familiarizadas com a saga e estão curiosas com todo este hype.

Vamos lá, existem as duas formas lógicas de ver os filmes: ou por ordem cronológica ou por ordem de lançamento. Lembrando que os Episódios I, II e III chegaram aos cinemas entre 1999 e 2005 e a trilogia clássica composta pelos Episódios IV, V e VI foi lançada entre 1977 e 1983. Toda vez que me perguntam se a melhor ordem é a cronológica (I-II-III-IV-V-VI), respondo da seguinte forma:

Pois bem, sou um adepto e defensor ferrenho do lado IV-V-VI-I-II-III da força e rever os filmes só ajudou a reforçar o meu posicionamento. Entendam: Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi são filmes que beiram a perfeição e não sobreviveram ao teste do tempo à toa. Já a A Ameaça Fantasma, O Ataque dos Clones e a A Vingança dos Sith não são unanimidade entre os fãs.

Mas sendo justo: existe uma diferença entre quem vai se familiarizar com a Saga agora e eu. Eu gosto dessa ordem, pois acompanhei o lançamento da “nova-velha” trilogia nos cinemas. Entretanto, para quem não tem a mínima noção de nada sobre Star Wars a “ordem machete” (como é conhecida pela internet pode ser útil).

Esta ordem propõe IV-V-II-III-VI. Ela faz sentido porque há uma revelação no final do Episódio V. Os Episódios II e III funcionariam como uma espécie de longo flashback e atiça a curiosidade para a conclusão da história no Episódio VI. Esta ordem desconsidera o Episódio I por ele ser o mais odiado entre os fãs.

A partir daqui o texto contém alguns spoilers da trama. Se você se importa, vá ver os filmes na sua ordem de preferência e volte aqui depois para conversarmos sobre as maravilhas do mundo.

OS EPISÓDIOS I, II E III SÃO RUINS?

Recentemente, o ator Simon Pegg descreveu os prequels como George Lucas matando os seus próprios filhos. Acho a opinião dele um tanto quanto exagerada. Fora a questão ética considerando que ele está envolvido na produção do episódio VII e fez esses comentários em um contexto para exaltar o longa que está por vir. Particularmente, não desgosto dos prequels.

Seguindo a máxima popular do “é bom tirando a parte ruim”, já vou deixar explicado aqui do que não gosto nestes filmes: uso exagerado de CGI e a relação Anakin-Padmé (sério, deixem o Jar Jar Binks em paz).

O excesso de CGI tirou um pouco da mágica dos efeitos práticos da trilogia original, mas é compreensível querer realizar algo mais alinhado com tecnologias que não eram disponíveis nas décadas de 70/80. Mas ficou excessivo e artificial demais.

Sobre Anakin Skywalker e Padmé Amidala: tudo aqui é tosco. Imaginem uma ceia de natal imaginária da família Skywalker em que Luke e Leia perguntam como seus pais se conheceram e escutam a resposta: “Papai era uma criança escrava chata em Tatooine e mamãe entrou na loja no meu horário de trabalho e perguntei se ela era um anjo.

Convenhamos, este relacionamento já começou errado. Aí vamos para o começo do Episódio II e o rapaz já manda uns papos esquisitos para cima da moça. Muito stalker. Os diálogos entre os dois são sofríveis e parecem ter sido escritos por um roteirista de filme pornô. Um horror.

Mas lembremos das coisas boas: O principal mérito dos prequels é ter ajudado efetivamente na expansão do universo de Star Wars no cinema. A trilogia original é prioritariamente sobre a jornada de Luke Skywalker para trazer equilíbrio à força. A trama Império versus Aliança Rebelde serve mais como pano de fundo desta história.

Os prequels não são apenas “como Anakin se tornou Darth Vader”. Há uma trama mais complexa de como a velha República democrática lenta e burocrática sucumbiu a ideais fascistas e se converteu em um Império Tirânico pelas mãos do Senador Palpatine. A trama política iniciada com a invasão ao Planeta Naboo e desenvolvida até a acensão do Imperador Darth Sidious é interessante e pavimenta muito bem o caminho para a dualidade presente na trilogia original.

Além disso, os prequels nos mostram a Era de ouro dos Jedi, com direito ao Yoda participando da pancadaria. Todo o arco do Obi-Wan Kenobi nos Episódios II e III é divertido e aquela luta dele com o Anakin pré Máscara de Darth Vader é sensacional. O que faltou mesmo foi um personagem para unir todas as tribos como foi o Han Solo.

Eu não desconsideraria o Episódio I – A Ameaça Fantasma. Pode não ser o melhor filme da saga, mas gerou um jogo divertido, o Star Wars Episode I: Racer. E tem sua importância na cronologia. Até acho que Qui-Gon Jinn e Darth Maul foram personagens subaproveitados.

O QUE SABEMOS SOBRE O EPISÓDIO VII?

Ao mesmo tempo que sabemos de tudo, não sabemos de nada, jovens padawans. J.J. Abrams não gosta de adiantar nada sobre a trama dos seus filmes e lembremos de todo o esforço dele para esconder que Khan era o vilão de Star Trek – Além da Escuridão. Este esforço é justo e até lembro que minha decepção com Vingadores: Era de Ultron veio com a quantidade absurda de trailers e teasers que entregaram tudo sobre o filme.

Sabemos quem faz parte do elenco e que Han Solo (Harrison Ford), Leia (Carrie Fisher) e Luke (Mark Hamill) estarão de volta. Os personagens principais aparentemente são Ray (Daisy Ridley), Finn (John Boyega) e Poe Dameron (Oscar Isaac) e os principais antagonistas serão Kylo Ren (Adam Driver), Capitã Phasma (Gwendoline Christie) e o Líder Supremo Snoke (Andy Serkis).

O que temos mesmo é muita especulação. Quem são esses novos personagens? Onde está Luke Skywalker? Teria Luke Skywalker migrado para o lado negro? Ray é filha do Luke? Ray é filha de Han e Leia? Kylo Ren é filho de alguém? A galáxia pode ser distante, mas o que o pessoal quer saber é quem é filho de quem. Existem algumas teorias interessantes como as que envolvem o sumiço do Luke e da verdadeira identidade do Líder Supremo Snoke.

Só saberemos a verdade no dia 17 de dezembro. Aproveite e compartilhe conosco suas teorias/expectativas para o Despertar da Força e nos diga qual sua ordem favorita para assistir Star Wars.