Eu passei a semana em que escrevo isso imerso no PS VR2 para compensar meu tempo com braço imobilizado. E os jogos que usam VR se dividem em dois. Temos aqueles jogos mais tradicionais, com campanhas mais elaboradas, como Alien Rogue Incursion. Do outro lado, temos aqueles mais focados no gameplay, em partidas rápidas em busca de perfeição. Como Masters of Light. Vendetta Forever segue a linha deste último, mas é um jogo sensacional, estiloso e divertido.
VENDETTA FOREVER
Tem uma vantagem em abrir mão totalmente da história. Com isso, Vendetta Forever consegue dividir suas fases em “cenas”, seguindo tropes de filmes e histórias envolvendo tiroteios. Tem cena no velho oeste, tem cena em cidade grande. No avião e até um duelo. Em determinada cena, o cenário é totalmente escuro, iluminado apenas pelos tiros. A criatividade e variação são enormes e muito bem-vindas.
A duração das fases varia bastante, mas são todas curtas. Algumas duram menos de cinco segundos, enquanto outras chegam a alguns minutos. Os objetivos costumam envolver matar todo mundo, chegar na saída, evitar morte de reféns ou matar um NPC específico. Muitas vezes essas coisas são combinadas, como matar todo mundo e chegar na saída.
GAMEPLAY, OU MELHOR, GUNPLAY
O gunplay é criativo e diferente. Você só se locomove pegando as armas que os inimigos largam quando morrem. Estas são de grande variação, indo de pistolas silenciadas a metralhadoras, passando por facas e machados. Não dá para recarregar nenhuma arma, então é vital ficar sempre trocando. Na pior das hipóteses, em que você está sem munição e um caboclo armado está na sua frente, atire sua pistola nas fuças dele.
Como você só se locomove depois de matar um sujeito, é possível pegar o caminho errado e travar a fase, exigindo reiniciar. Na fase Noise Complaint, eu chegava à saída mas o jogo não me deixava encerrar. Só depois de repetir muitas vezes, percebi que tinha um inimigo atrás de um dos teleportes, pelo qual passei reto dezenas de vezes. É chato, mas por outro lado o jogo começa com todas as fases liberadas e, se você travar em uma por qualquer motivo, pode simplesmente ir para outra.
EM BUSCA DA FASE PERFEITA
Vendetta Forever é daqueles jogos que incentiva o replay das fases em busca de mais estrelas ou pontos. Ele brilha em partidas rápidas, e funciona muito bem como tal. Inclusive os troféus premiam quem faz coisas específicas em fases específicas (tipo queimar a largada no duelo), incentivando jogar de novo as fases para fazer a rapa.
Meu problema com isso é justamente o PS VR2. Dá trabalho ligar e colocar este treco na cabeça. Não é algo que eu quero fazer todo dia, e muito menos para jogar por apenas cinco ou dez minutos. Se coloco o capacete, quero no mínimo passar uma hora com ele. Este acaba sendo o problema de Vendetta Forever. É um jogo que incentiva partidas curtas, mas está preso em uma tecnologia que dá trabalho para usar. Dito isso, é realmente bom, divertido e você se sente um grande herói de ação ao completar uma de suas cenas com nota máxima.
