The Wizards Dark Times Brotherhood é um jogo que engana. Pois agradeça a seu deus que o DELFOS existe para que as pessoas não sejam enganadas. O que temos aqui é uma campanha de FPS mágico linear e em fases, bem do jeito que eu gosto. Porém, quando funciona, o game é enjoativo (literalmente) e repetitivo. Quando funciona? Então, vem comigo!
REVIEW THE WIZARDS DARK TIMES BROTHERHOOD
The Wizards Dark Times Brotherhood começa muito bem. O cenário inicial é impressionante para o PS VR2 e uma das primeiras coisas que você pode fazer é segurar uma mandrágora, que reage gritando. Daí, você sai da salinha e vê um gigante caminhando. “Upa-lá-lá, este jogo vai ser dos bons”, pensei comigo mesmo. Daí foi ladeira abaixo.
Parece que todo o orçamento visual foi para esta primeira cena. O resto do jogo é feio, escuro e primário. O áudio também é muito ruim. Esporadicamente, alguma música toca, mas ela é interrompida com frequência, não por refletir o que acontece na tela, mas parece um bug de áudio mesmo. E bugs não faltam aqui. Nunca um jogo de PS5 fechou sozinho tantas vezes como aconteceu com The Wizards Dark Times Brotherhood.
Uma vez ele se recusou a rodar a não ser que eu ligasse o PS5 na TV na qual ele estava ligado antes (não troquei de TV entre uma partida e outra). Este problema foi resolvido reiniciando o PS5, mas convenhamos, que erro bizarro, não? Especialmente porque eu uso o PS VR2 com a TV desligada.
MÍSSIL MÁGICO
A jogabilidade é bem criativa, o que me faz ter uma certa pena. Afinal, claramente The Wizards Dark Times Brotherhood tem o coração no lugar certo, mas foi lançando antes de estar pronto (curiosamente, esta versão é considerada um remaster). Você controla um feiticeiro que já começa com uma enorme quantidade de magias, e estas são apenas aumentadas no decorrer da campanha.
O bacana é que cada magia é conjurada com uma combinação de botões e gestos. Aperte o gatilho e vire sua mão, como se estivesse acariciando as bolas do deus metal, e uma bola de fogo aparecerá na sua palma, que pode ser então arremessada. Segure o gatilho e puxe a mão em direção à sua frente e um escudo aparece. E daí você pode arremessar o escudo (jogar coisas é sempre legal).
PROBLEMAS DE GAMEPLAY
O problema com este sistema é que são muitas magias com combinações de gestos e botões diferentes. Algumas magias usam os gatilhos, enquanto outras usam o R1/L1. Então não basta lembrar o movimento, você precisa saber qual botão é o certo. Além disso, o sistema não funciona tão bem quanto deveria. É comum você querer uma magia e ativar outra. Ou pior, não ativar nenhuma.
Uma das mais úteis é o raio estilo lorde sith. Esta deve ser ativada segurando os botões (não lembro quais) e afastando as duas mãos do seu corpo. Porém, apesar de muito útil quando funciona, ela é muito difícil de ativar. É comum ela fazer bolas de fogo aparecerem nas duas mãos, o que é bizarro, já que para o fogo você precisa colocar as palmas para cima, e para baixo, como é com o raio.
COMBATE DEMAIS, AVENTURA DE MENOS
O jogo também poderia ser mais claro. Alguns inimigos são elementais e só podem ser danificados por magias opostas. Só que o jogo não te explica isso. E é fácil saber que o oposto de fogo é gelo, mas qual é o oposto de raio? Outros, especialmente perto do final, vêm com escudos enormes que parecem torná-los impermeáveis a qualquer tipo de dano. Talvez tenha alguma forma fácil de vencê-los, mas não consegui descobrir, e o jogo não explica.
Isso fica ainda mais grave pela quantidade absurda de combate. Basicamente, você anda um pouquinho e é atacado por algumas dezenas de inimigos. Daí só pode avançar depois de vencer todos eles. Além da quantidade de combate, este simplesmente não é muito bom. Usar as magias é legal, mas ela não conecta com os inimigos de forma gostosa, como os tiros em Arizona Sunshine 2, por exemplo. Assim, lutar não fica prazeroso.
The Wizards Dark Times Brotherhood também tem um modo multiplayer que simplesmente não funciona. Tipo, não é que não acha ninguém, mas que dá erro quando você seleciona no menu. E daí tem o enjoo.
THE WIZARDS DARK TIMES BROTHERHOOD É ENJOATIVO – LITERALMENTE
Um dos grandes problemas de jogos de ação em VR é o fator enjoo. E The Wizards Dark Times Brotherhood é um grande causador disso. Ele tem os culpados tradicionais, como escalação (algumas podem ser puladas). Tem uma fase em que você atravessa um pântano segurando nas costas de um troll, e o balanço da movimentação faz qualquer um passar mal.
Mas acredito que o que torna o jogo tão doloroso de jogar é sua performance. Dizem que um jogo de VR deve rodar a 120 fps para diminuir os enjoos, e é por isso que os gráficos costumam ser tão simples. Eu não sei a quanto The Wizards roda, mas seja quanto for, é muito instável, dando paradinhas frequentes. Aí é batata que vai enjoar.
The Wizards Dark Times Brotherhood tem qualidades e poderia, sim, ser bom. Mas carece de um polimento e um cuidado técnico que simplesmente não há aqui. Assim, fica muito difícil recomendar.