Pegue um pouco do gameplay de Ghostrunner, a atmosfera de Turbo Overkill e empacote tudo numa boa dose de boomer shooter. O que você tem é Sprawl, um dos FPS mais cinéticos que tive o prazer de jogar.
Review Sprawl
Sprawl é um FPS totalmente focado no movimento. Para sobreviver, você precisa se movimentar. Para matar, você precisa se movimentar. Sobrevivência e movimento são os pilares da jogabilidade deste game de ação extremamente exagerado.
Para ajudar na matança e na movimentação, você tem a câmera lenta, o famoso bullet time. Segure o gatilho esquerdo e tudo fica em câmera lenta, possibilitando fazer as mais doidas acrobacias enquanto explode cabeças com pipocos bem dados.
Gameplay elaborado
O bullet time serve para você conseguir entender o que está acontecendo, pois na velocidade normal é tudo muito rápido. Suas habilidades de movimento não deixam nada a dever a um Titanfall. Você corre pelas paredes e pode usá-las para pular novamente várias vezes. Assim, é relativamente fácil estar sempre no alto, acima dos inimigos. E cair matando, literalmente.
O bullet time, munição e vida não se recuperam sozinhos. Para isso, você precisa matar com estilo, o que Sprawl chama de overkill. Basicamente, você usa câmera lenta, munição e violência para recarregar mais violência. E sobrevivência, claro.
Herói de vidro
Na dificuldade padrão, Sprawl não te deixa tão vulnerável quanto Ghostrunner, mas é quase isso. Você não morre com um único ataque, mas é comum estar com a vida cheia e morrer em poucos segundos. Em outras palavras, você precisa estar sempre em movimento para preservar sua vida e sempre matando para recuperar sua vida inevitavelmente perdida. É a ludocinética em ação.
Para aumentar a quantidade de benefícios que um inimigo dropa, você deve atacá-lo nos pontos fracos destacados quando usa a câmera lenta. Normalmente há dois deles. A cabeça e a mochila. Atirar na mochila causa uma explosão que faz sua sala brilhar e recupera quase todos seus medidores. É uma delícia.
Felizmente, a dificuldade é customizável. Dá para ficar totalmente invencível ou para diminuir consideravelmente o dano causado pelos inimigos. Também dá para diminuir a drenagem do seu medidor de bullet time. Assim, Sprawl permite que você seja tão poderoso – ou tão frágil – quanto desejar. E isso é ótimo.
O que não é ótimo em Sprawl?
Eu gostei muito de Sprawl. Ele colocou sorrisos psicóticos em meu normalmente amigável e fofo rosto quase o tempo todo. Mas há algo bem negativo: a navegação. Os cenários são muito parecidos o tempo todo e especialmente depois de uma grande arena de batalha, você não sabe mais por onde entrou ou por onde deve sair.
Em outras fases, você vai se movimentando entre telhados, e a diferença visual é negligível durante seu caminho. O jogo tenta te orientar com luzes vermelhas, mas como quase todo o caminho é marcado por luzes vermelhas, isso não ajuda muito quando você quer saber de onde veio ou para onde ir, já que tudo está iluminado com vermelho.
Mais do que outros boomer shooters, Sprawl realmente carece de algum auxílio mais claro para a navegação. Um waypoint que aparece ao toque de um botão seria a diferença entre um jogo altamente recomendável e um dos melhores do ano.
Melhores do ano?
Pois é, eu disse isso. Sprawl é uma enorme diversão cinética, altamente recomendável para quem gosta de se movimentar em videogame das formas mais absurdas possíveis. Acho difícil que ele de fato esteja na minha lista este ano com tantos bons jogos lançados, mas isso de forma alguma é uma negativa. Se você curte este tipo de FPS altamente cinético, Sprawl reserva muita diversão.