Ninja Five-O, ou Ninja Cop para os europeus, é um jogo de Gameboy Advance lançado em 2003. Desenvolvido pela Hudson Soft, ele tem muito jeito de “mamãe, eu também quero fazer um Shinobi“, e acredito que este deve ter sido o pitch original. Com o tempo, se tornou uma fita rara e, segundo a Wikipédia, é um dos jogos de portátil mais caros hoje em dia. Mas veja só, se você tem um PC, um Playstation ou um Switch pode adquirir digitalmente pela bagatela de 25 dólares.
REVIEW NINJA FIVE-O
Admito que não tinha ouvido falar de Ninja Five-O antes. Então eu não tinha uma memória afetiva com ele. Mesmo assim, seu gameplay é tão parecido com o Shinobi original que ele foi imediatamente familiar. São fases de plataforma divididas em telas acessadas por portas coloridas. As portas são trancadas com chaves da mesma cor e você sempre precisa encontrar todos os reféns e a chave vermelha para poder sair.
Veja bem, você não precisa salvar todos os reféns, mas precisa encontrá-los e salvá-los ou matá-los. Pois é, esta é a diferença principal com Shinobi. Como um arcade antigo, você também pode escolher a ordem em que vai fazer as três primeiras fases e depois o jogo segue uma ordem linear.
OPINIÃO
Outro jogo que Ninja Five-O lembra é o Moonwalker de Mega Drive, em especial porque suas fases são abertas, mas precisam ser totalmente exploradas para você encontrar os reféns e a chave vermelha. Eu sinceramente gostei bastante, muito mais do que esperava gostar. Ao ver vídeos, fiquei meio assim porque não achei o visual exatamente bonito, mas jogar é bacana.
Além dos ataques normais, você também tem magia, e sua shuriken sobe de nível conforme você pega breguetes. É vital ficar com ela sempre no nível máximo, porque no mínimo ela é bem fraquinha e quase inútil, especialmente contra os chefes. O ninja também tem um gancho que permite subir em plataformas altas ou até escalar paredes, embora o controle do dito-cujo não seja exatamente preciso.
EMULAÇÃO
Além do funcionamento original do jogo, você também tem controles típicos de emuladores, como rebobinar e save states. Rebobinar é essencial para manter seu shuriken sempre tinindo, já que apanhar diminui o maledeto em um nível. A última fase, que te obriga a escalar um cenário em 30 segundos, me parece totalmente desregulada, e simplesmente impossível de vencer sem utilizar esta função. E mesmo com ela é chato e difícil. É o principal motivo que me faz pensar duas vezes antes de voltar a jogar no difícil para platinar.
E já que falei na platina, tem alguns troféus quebrados no PS5. Em especial, cada fase te dá um troféu de ouro para você salvar todos os reféns. Na primeira e na terceira, eu salvei todos eles e mesmo assim o troféu não destravou. Magoou.
EMULANDO NINJA FIVE-O

Uma vantagem desta versão para quem não for fluente em shakespeariano é que o jogo foi traduzido para português. Ele não tem muita história e nem é essencial entender os textos para jogar, mas convenhamos que uma tradução que tem um erro no próprio menu de seleção não gera muita fé. Portuguesa? Sério?
Como extras, o jogo tem imagens, manual, um filtro de LCD e algumas bordas. Ele também tem a versão europeia, Ninja Cop, como se fosse um jogo extra, mas numa análise rápida não vi nenhuma diferença além da tela título. É curioso pensar como este relançamento ocupa 1 gb de espaço. Afinal, é um lançamento bem básico. E isso é o ponto do próximo parágrafo.
Vinte e cinco dólares por um único jogo de Gameboy Advance, um dos consoles mais fáceis de emular hoje em dia, parece forçar a amizade. Se fosse um jogo novo, feito para PS5, até há um argumento de que ele vale isso. Mas é um jogo de 2003 com um apelo limitado e cujo conteúdo extra não vale quase nada. Dá impressão que basearam o preço em quanto o cartucho vale hoje em dia, mas uma coisa é vender para colecionadores, outra bem diferente é para jogadores. Prevejo que o preço vai cair rapidinho, então embora eu tenha gostado de jogar Ninja Five-O, recomendo esperar ficar mais barato caso você se interesse em comprar.