Já deixei claro aqui que ando meio de saco cheio do monte dos jogos ruins que saem para VR. Admito que ando até meio arrependido de ter comprado o PS VR2, pois agora que passou a novidade da tecnologia, fico muito menos empolgado com um jogo novo de VR do que ficava no PS VR1. E, neste cenário, hoje vamos falar de Mixture.

REVIEW MIXTURE

Mixture, Played With Fire, Delfos, PS VR2

É praticamente impossível ver Mixture e não lembrar imediatamente de Moss e de Astro Bot Rescue Mission. Em todos eles, você controla um bonequinho, ao mesmo tempo que assume a persona de uma criatura enorme, que funciona de câmera e pode ou não ajudar na aventura. Mixture é, factualmente falando, o pior dos três. É mais feio, os controles não são tão bons e ele simplesmente não tem tanto carisma.

Porém, ele traz novidades ao gênero. Astro Bot era praticamente um Super MarioMoss é um jogo de quebra-cabeças, com combates pontuais. Mixture já tem bastante combate e bastante plataforma. Além disso, o seu personagem, o Alquimista, participa com frequência da aventura.

A MARIPOSA E O ALQUIMISTA

Mixture, Played With Fire, Delfos, PS VR2

A mariposa é o jogo de plataforma/combate. Com ela você plana, ataca e explora o cenário. Os controles são os tradicionais, alavanca e botões. O alquimista é a câmera, mas é também o encarregado de deixar tudo no jeito para a mariposa. Basicamente, você coleta pedrinhas coloridas e mistura em poções, que então joga no cenário. Este é controlado por movimentos.

Estas poções podem deixar um inimigo que anteriormente era invencível, vulnerável,. Ou então modificar o cenário, limpar veneno, etc. São poucos os momentos em que a mariposa consegue fazer algo inteiro sem ajuda. Seja em cenas de combate, seja em momentos de exploração e plataforma, um herói precisa do outro. E isso deixa uma opção curiosa o fato de que eles passam boa parte da campanha se tratando como antagonistas.

ENTRE O RUIM E O ACEITÁVEL

Mixture, Played With Fire, Delfos, PS VR2

Nada é realmente bom em Mixture. Os personagens são visualmente interessantes, mas os cenários parecem um jogo de Nintendo 64. O combate não tem impacto e temos aqui um jogo de plataforma em que o herói não pula. A câmera é péssima. Você pode girar, mas para fazer ela andar para frente e para trás precisa movimentar a mariposa. E tem horas que a câmera se recusa a acompanhar a mariposa. Caramba, em determinado ponto eu fiquei travado e precisei apelar para um vídeo guia. No guia, vi que um tutorial deveria ter aparecido me ensinando uma nova habilidade, mas ele nunca apareceu.

Também fui obrigado a parar de jogar antes do final pelo que acho ser um problema técnico. Ao liberar fast travel, usei só para ver como era. Daí fiquei preso onde me teleportei, sem poder voltar e tendo que fazer mais de uma hora de jogo de novo para chegar onde a campanha continuava. Fui obrigado a desistir.

Por outro lado, este é um gênero que funciona bem em VR. Isso de você parecer estar olhando um diorama com bonequinhos se mexendo dá um tremendo charme para a campanha e o gênero e o level design são bacanas quando tudo funciona bem. Mixture não empolga em nenhum momento, mas eu gostei de tê-lo jogado. Se você, como eu, é uma viúva de Moss Astro Bot e aceita jogar algo pior, desde que parecido, Mixture é uma boa opção para tirar o pó do seu VR. Só não use fast travel.