Surpreendentemente, já faz muitos anos que resenhei aqui Freedom Planet, um excelente Sonic cover. A continuação já está disponível para PC há alguns anos, mas finalmente ela chega aos consoles. Assim, hoje é dia de batermos um papo sobre Freedom Planet 2.
REVIEW FREEDOM PLANET 2
O primeiro jogo já era muito bom, especialmente para quem tem uma quedinha pelos games do Sonic nos 16-bit. Freedom Planet 2 consegue ser melhor em tudo. É um jogo rápido, bonito, gostoso de jogar, e com uma variação impressionante. E esta variação já é impressionante jogando apenas com a Lilac. O game ainda tem outras três personagens jogáveis.
Pelo que pude perceber, a campanha parece ser a mesma, com pequenas diferenças de história. Só que cada personagem tem uma jogabilidade totalmente diferente das outras, o que torna a exploração única.
Os personagens são bem puxados dos arquétipos do Sonic. Assim, Lilac é o tipo velocidade, como o ouriço. Carol é o tipo força, como Knuckles. E assim por diante. Particularmente, eu preferia que o jogo tivesse apenas uma personagem jogável, ou fases criadas especificamente para cada uma delas, mas Freedom Planet segue bem no caminho anteriormente trilhado pela Sega.
SONIC BOOM
Assim como o anterior, eu escolhi jogar com Lilac, e achei a jogabilidade extremamente gostosa. As fases são enormes, com muitos caminhos e aparentemente sem caminhos errados. Ao contrário de Sonic, em que cada mundo tem várias fases, aqui cada fase ocorre em um cenário totalmente diferente, e muitas vezes com mecânicas que são usadas apenas lá. Cada fase também termina com um chefe, e há uma enorme criatividade nessas batalhas.
O jogo também tem muita história, com cutscenes totalmente faladas e, apesar de serem em 2D, até que bem animadas. Aliás, a animação e os gráficos em geral são um grande destaque.
A ANIMAÇÃO E OS GRÁFICOS EM GERAL
Já falei muitas vezes, aqui, inclusive na resenha de Freedom Planet, como acho frustrante que a maior parte dos games em pixel art se limite à estética de Nintendinho. Elogiei Freedom Planet por seu visual 16-bit, e Freedom Planet 2 é ainda mais impressionante: ele segue a estética que sprites tinham nos consoles de 32-bit.
Quem viveu sabe que era uma época de mudanças. Sprites nunca foram e nunca seriam mais lindos. Porém, os games que seguiam este estilo competiam com o poligonal, que era bem básico e, sinceramente, bem feio na época. Assim, poucos games foram lançados com o visual pixel art 32-bit. É uma excelente oportunidade para artistas pixelados de hoje, uma vez que, ao contrário do estilo Nintendinho, este morreu muito antes de mostrar a que veio. E Freedom Planet 2 demonstra que tinha muito a render. Ô, joguinho mais lindo, sô!
As animações são extremamente elaboradas também, e por isso tudo é ainda mais suave e gostoso. Ele também usa e abusa de zoom, o que deixa o visual bem impressionante para quem viveu a época de outrora. Em matéria de performance, a coisa decepciona um pouco. Para mim, parece que Freedom Planet 2 é um game que deveria rodar a 120 fps no PS5. Mas isso não acontece. Talvez ele rode a 60, mas há algo errado que o torna menos suave do que deveria. Talvez seja um frametime inconstante, mas não tenho as ferramentas para bater o martelo nisso. Só consigo dizer que há algo errado, especialmente quando você corre com tudo para a direita.
DIFICULDADE CUSTOMIZÁVEL
Uma coisa que vale destacar é a dificuldade totalmente customizável. O jogo usa um sistema de vidas. Quando você morre, pode escolher usar uma vida para simplesmente levantar e continuar jogando; ou então voltar ao checkpoint. É uma novidade bem-vinda para algo que já está datado e que não deveria mais existir, pelo menos não da forma tradicional.
Usar uma vida diminui seus pontos no final da fase. Porém, a não ser que você esteja jogando para platinar, isso não faz muita diferença. Por que eu escolheria jogar alguns minutos da fase de novo, ou reiniciar a batalha com o chefe, se posso simplesmente continuar de onde parei? Dá até para configurar para que você possa ressuscitar infinitas vezes. Isso torna a dificuldade banal, mas a boa notícia é que Freedom Planet 2 é bom independentemente do desafio encontrado.
Na prática, escolher reviver era algo que eu fazia em chefes para evitar ficar repetindo batalhas que logo se tornam enjoativas. Vou dizer que ter essa possibilidade em Sonic Superstars seria a diferença entre eu ter gostado do jogo ou não, uma vez que os chefes lá são longos, cansativos e frequentes demais. Mesmo aqui, com chefes que são bacanas, acredito que o potencial para eles me deixarem de saco cheio seria grande se cada um fosse uma parede de tijolos intransponível.
FREEDOM PLANET 2: O SEGUNDO PLANETA DA LIBERDADE
Uma coisa bacana de Freedom Planet 2 é que ele é bem longuinho para um jogo de plataforma 2D em fases. E isso apenas jogando com um único personagem. Se você quiser fazer todas as campanhas, capaz de ficar até longo demais.
Porém, devido à enorme variação de cenários, músicas e mecânicas, para uma campanha o jogo é impressionantemente robusto e uma delícia de jogar e de explorar. Se você gosta do estilo Sonic de correr e explorar, Freedom Planet 2 é feito para você. Eu sei que foi feito para mim!