Finding Frankie é um jogo bem criativo. Uma boa ideia mal realizada, digamos assim. Temos aqui um jogo de terror com mascotes. A proposta é que você está num playground participando de um jogo mortal. O mascote, Frankie, além de outros bichos, te caça o tempo todo, e em outras cenas você segue um caminho mais ou menos linear com desafios de plataforma em primeira pessoa.

REVIEW FINDING FRANKIE

Finding Frankie lembra outros jogos, mas consegue criar uma experiência única. A simples combinação de plataforma com um bicho te caçando é novidade para mim, e o bicho em questão ser um coelhinho deixa tudo ainda mais marcante.

Finding Frankie, Superlou, Delfos

Apesar de ser supostamente um jogo de terror, ele não dá medo. Os cenários são bem coloridos, o que é legal, mas toda a estética não ajuda a ficar com medo, mesmo tendo alguns presuntos espalhados. Mas isso não é um problema. Jogo de terror que dá medo é raro para mim, e mesmo assim eu amo o gênero. Também amo visual fofinho e colorido, então Finding Frankie tem muito que me apetece.

O QUE NÃO ME APETECE?

O que não apetece, no entanto, é o levelgame design. O jogo dura apenas 120 minutos, e mesmo assim é extremamente repetitivo e entediante. Boa parte dos desafios envolve apertar vários botões antes do tempo acabar. Assim, quando o tempo acaba e você ainda está procurando pelos botões, precisa começar de novo. A frustração poderia ser diminuída por uma opção de “reiniciar desafio”, mas você precisa ativamente caminhar de volta para o início.

A jogabilidade também deixa a dever, especialmente por causa de um tutorial fraco. Por exemplo, o jogo ensina a segurar em barras dizendo para pular e olhar para elas. Eu fiquei tentando fazer isso repetidas vezes, e achei que precisaria desistir já no tutorial porque não funcionava. O que o jogo não ensina é que, além de olhar para a barra, você precisa apertar quadrado para segurar nela. Como isso passou em branco? Em outro momento, você precisa mergulhar na água para passar por uma parede, mas nada te ensina a mergulhar (dica: R2). Assim, minha experiência foi jogar até aparecer uma mecânica nova e daí tentar tudo que conseguia pensar para descobrir o que o jogo queria que eu fizesse. Foi muito chato.

CHASING FRANKIE

Finding Frankie, Superlou, Delfos

As perseguições talvez sejam os melhores momentos, pois nelas você não precisa descobrir o que fazer ou onde estão os botões para apertar. Mas isso não significa que são especialmente boas. Elas são todas longas demais, e morrer volta ao início. Isso contribui para que toda a campanha, sem exceção, seja repetitiva. E considerando que o jogo dura apenas duas horas, é fatal ele te deixar entediado ao invés de tenso ou com medo. Daí fica difícil recomendar.

REVER GERAL
Nota:
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
review-finding-frankie-terror-com-mascotes-sofridoDisponível: Xbox Series, PS5, Windows<br> Analisada: PS5<br> Desenvolvedora: Superlou<br> Editora: Superlou<br> Lançamento: 14 de abril de 2025<br> Gênero: Plataforma em primeira pessoa<br>